5º Episódio:
HISTÓRIAS DE ANINHA NA USINA RESSACA
As casas da Usina Ressaca tinham quintais individuais
separados por cerca de arame farpado entrelaçado com varas finas de arbustos para que as galinhas, galos, patos, pintinhos e patinhos não transitassem entre
um quintal e outro ...
Para entrar e sair do quintal havia um pequeno portão
que se mantinha fechado por uma tramela.
Para adentrar a casa da D. Xavi, esposa do seo Pereira, Gerente do Armazém, o caminho mais curto da
minha casa à casa dela, era passar pelo quintal .
Chamava-me a atenção o Galinheiro... Lá estavam os
patinhos e pintinhos amarelinhos correndo e brincando pra lá e pra cá e me chamavam a atenção ... Eu gostava muito de vê-los assim tão pequeninos e me
deliciava em pegar e acaricia-los por causa da pluma suave de suas futuras
penas.
As casas, com exceção da casa grande eram todas geminadas e
compridas...
Na sala de refeições da Dona Xavi havia sempre sobre a mesa, variadas e belas compotas de doces. Compota de mamão,
caju, limão, laranja, goiaba, figo, etc.
A minha vontade de
comer doce era maior que o meu respeito pelo politicamente correto e eu pegava
escondido doce com a mão suja de patinhos e pintinhos ...
Doce na mão eu saia pela casa e muitas vezes, pingava calda
no chão, denunciando que alguém havia comido doce da compota...
Mas como o chão era calçado com tijolo, saber o que tinha
acontecido ali, devia ser irrelevante...
Assim, quando vejo pessoas que têm nojo de tudo, que têm um
zelo excessivo pela limpeza..., lembro-me que eu fazia aquilo ingenuamente e ninguém sabia se uns dedinhos sujos foram enfiados naquela sobremesa...
Claro que devemos amar a limpeza porque é para o nosso
próprio bem, mas não devemos
ser escravos dela.
Brasília, 03 de setembro de 2014
Ana Miranda Bessa
Próximo episódio, 4ª feira dia 10.
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