13.8.14

HISTÓRIAS DE ANINHA: A CASA E O RIO, EM SIMÃO NUNES


                                                2º EPISÓDIO 
                            
                              SIMÃO NUNES:  A CASA  E O RIO

Os homens que papai levou para realizar a empreitada com ele, embrenhavam-se mata adentro derrubando árvores, limpando, formando pastagens pois o objetivo era esse.
Nessa época não havia preocupações com o meio-ambiente...
Devem ter construído um Alojamento para os Contratados um pouco afastado  da nossa casa, pois não me lembro...

          Foto Ilustrativa                                        

Papai fez uma casa “bonitinha” para a família, de barro e sapê com 3 quartos/sala , cozinha externa  com fogão e forno de lenha,  jirau de madeira para lavar louças, panelas e as roupas...

Ao lado esquerdo da casa fez um curral onde existiam bois e vacas, galos, galinhas e pintinhos.


Do lado direito existia uma grande clareira ...
Ali, aves silvestres como perdizes, inhambus e outras botavam  ovos e era sempre motivo de alegria para mim, meus irmãos Ninito e Maria apanharmos os ovos para fazermos quitutes...
   

                                                                                                            

       Ovos de Perdiz











                                                                                                                                                                                                         Ovos de Inhambu


Nossa casa foi construída numa área de terreno alto e  ficava em frente ao rio Paraguai.

 Um pouco à direita havia um acesso ao rio mas não tão próximo da casa.
 Meu pai  fez uma escadaria no barranco, em frente a nossa casa.

 Minha irmã Maria para ir até o rio descia a escadaria, ela  pegava a canoa e se divertia sozinha remando no rio ...
 Do barranco eu a via singrando as águas caudalosas do rio Paraguai.
 Eu não descia aquela escada porque tinha muito medo. 
Ao mesmo tempo, ao ver minha irmã ao longe  remando, me encantava, me dava medo e eu temia pela vida dela. Era instintivo!

A imagem da escada, que me assustava muito, permanece até hoje em minha mente.

Em l982, já morando em Brasília, conhecemos o artista plástico José Roosevelt 

Neste Quadro, em que foram retratados a nossa filha Cássia e o meu marido Bessa, ressalto que a nossa filha estava então com 3 anos, a mesma idade que eu tinha quando morava em Simão Nunes...

E aqui o quadro citado.
 Destaco que foi pintada a escada que me assustava no seu canto inferior direito.
                         



Adulta, tive muitos sonhos, pesadelos, com escadas e escadaria...
Sempre que esses sonhos aconteciam, eu me recolhia  em mim mesma, para saber as razões dos mesmos estarem em minha memória.

 Um belo dia, contando para o meu marido os meus sonhos e pesadelos ele lembrou-me   que a escada no barranco do rio Paraguai fazia parte das minhas lembranças à época de minha infância em Simão Nunes.

Assim pela graça de Deus, esses sonhos e pesadelos desapareceram e nunca mais sonhei nem tive pesadelos com aqueles fatos...

É impressionante como a nossa mente guarda fatos remotos que interferem de alguma forma na nossa vida adulta, quer em forma de comportamento, caráter, ou sonhos e pesadelos onde o nosso inconsciente está à mercê dos mistérios da nossa mente...

É muito importante e necessário compartilhar, não só nossas alegrias mas também nossas angústias e apreensões, com as pessoas do nosso relacionamento. 

 Deus sempre nos envia Anjos para nos ajudar...

Brasília, 13 de agosto de 2014
Ana Miranda Bessa
3º episódio: próxima Quarta-Feira, dia 20
Maria de Jesus, nesta Sexta, dia 15
                                             

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