3º EPISÓDIO – OS
RISCOS DA MATA
Foto Ilustrativa
Papai e mamãe era um casal muito feliz!
Minha irmã mais velha, a Maci, conta que Papai tocava sanfona e cantava junto com a Mamãe em casa e nas festas das redondezas.
Eu toco teclado e canto nas Missas dominicais do Santuário
São Francisco de Assis na 716 Norte e na
1ª terça-feira do mês na missa de Santo
Antonio Galvão – Frei Galvão, na Paróquia Nossa Senhora do Lago Norte, em
Brasília.
Bessa, meu marido também canta, me ajuda e me acompanha
sempre, graças a Deus.
Cantar e levar alegria aos outros é um dom de Deus e isso
herdei do meu Pai e da minha Mãe. Glórias e louvores ao Senhor nosso Deus!
Como a nossa casa em Simão Nunes - propriedade da Usina Ressaca - foi construída numa área alta do terreno, nos permitia que
víssemos as onças pardas e pintadas do
outro lado do rio Paraguai e era uma diversão contemplá-las à distância se
deleitando na prainha de areia com seus filhotes. É uma imagem muito linda e
querida que está na minha mente.
Quando meu pai com os homens se afastavam para desbravar as
terras, e as onças pintadas ou pardas se
aproximavam da casa, mamãe as espantava tocando
com um pau ou uma vara forte nas latas grandes, vazias, de biscoito e bolachas que ficavam dependuradas
na cerca... Foi meu Pai quem providenciou as latas e as dependurou amarradas na
cerca...
A fortaleza da nossa casa era apoiada nas latas e na ajuda
dos cachorros. Quando os cachorros latiam, era o sinal de que havia onças
rondando por perto. Assim, com os latidos dos cachorros, minha Mãe batia nas
latas na esperança de que as feras fossem embora...
O barulho era estridente e as afastava de perto de casa, que com certeza queriam
pegar os animais domésticos...
Parecia um filme do Jurassic Park ...
Nesse momento, eu me escondia embaixo da cama...
Numa das excursões mata a dentro, Papai comeu mel envenenado pelos índios , que
ocasionou a sua morte. Os homens que trabalhavam com meu pai, desconfiados, não
comeram daquele mel...
Papai passou mal e foi
levado para Cáceres às pressas, ficou hospedado na casa de Tia Theodora –
parteira – prima de meu vô Luiz Militão.
Meu pai, desenganado pelos médicos, pediu para retornar à
Ressaca onde faleceu e seus restos mortais lá se encontram no Cemitério local, à entrada da Usina.
A Usina Ressaca atualmente é do grupo Grendene que explora a
criação de gado. O cemitério foi cercado e encontra-se dentro do grande curral
de pastagens. Da década de 50, ainda permanecem
o prédio da Usina e parte da casa grande.
Mamãe quando
estava em Cáceres com Papai doente, por
volta das 18 horas, sabendo da gravidade da saúde de meu Pai e angustiada com a
nossa criação , na oração do Ângelus, sentiu a presença de Nossa Senhora que lhe
dizia: “ Deus lhe tirará seu marido, mas sempre a amparará...” e assim foi,
graças a Deus!
Deus sempre esteve conosco e apoiou a minha Mãe viúva e a nós, seus filhos...
Quando meu pai faleceu, eu estava com 4 anos de idade.
Desde então Mamãe
preferiu ficar só.
Deixou Simão Nunes e ficamos morando na Usina Ressaca.
Dr. Gentil, casado
com Dona Branca, era o novo sócio-administrador.
Brasília, 20 de agosto de 2014
Próximo episódio, 4ª feira, dia 27.08.14
Brasília, 20 de agosto de 2014
Próximo episódio, 4ª feira, dia 27.08.14
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