20.11.14

COITÉ

                                           CAPÍTULO -II

                               DAMIÃO, UM HEROI DESCONHECIDO - 2


Mas que coisa gozada Damião. Vale? Exclamou a Creusantina !

Sim meu amor, Vale. Continuou o Damião. Vou contar : o nome certo é Vale Por Dois. Mas fica difícil estar chamando o espertinho de Vale Por Dois, assim abreviei para Vale.

 Quem meu deu este valentinho é que deu este nome a ele. Modo que ele quando ainda mamava na cadela-mãe, ele sempre mamava por dois. Tá explicado?
 
Creuzantina  era uma das mais bonitas  morenas que Damião já tinha visto. Sorriu docemente  com aquela explicação e aproveitando a ocasião que sua mãe, viúva, estava ausente,  beijou o apaixonado Damião. Oh, que felicidade!

 Bem, mas qual era o motivo de tanta apreensão do Damião? A água do poço é que estava baixando, perigosamente,  mais do que devia. 

Ate os dois córregos que cortavam a vila e passava ali  por perto o Boqueirão e o Pau-de-Colher, já não eram os mesmos. Só restava um fiozinho de nada e daqui a pouco eles estariam cortados. Ali estava o nó da questão! Sem água não há vida! Não adianta ter comida !

 Toda manhã Damião media a água do poço, com uma vara amarrada por uma cordinha. Descia a mesma até o fim do poço  e observava a marca deixada pela agua. Marcava com o seu facão o sinal da agua deixada na vara.


Nesta manhã até que não baixara muito. Que bom! Mas isso não queria dizer que o poço ia aguentar a seca que se prolongava...

 Precisava tomar uma atitude, para continuar a viver  com a sua querida e amada Creusantina. Era o velho conselho familiar: prevenir, tomar atitudes e decisões em tempo, antes que o mal se agrave... Não deixar acontecer e por  conseguinte, não perecer !

Continua no próximo capítulo

Brasília, 20/11/2014
Djalmir Bessa



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