'Hoje, celebramos a Sagrada Família, a família de Jesus. O texto
do Evangelho coloca diante de nós a perda de Jesus, no templo de Jerusalém (Lc
2,41-52). A sagrada família sobe a Jerusalém para a festa da Páscoa. O Filho,
Jesus, já possui doze anos, já está se despontando para o sentido da sua
missão, o que se pode perceber pela sua resposta a Maria: “Por que me
procuráveis? Não sabíeis que devo estar na casa de meu Pai”? (Lc 2,49). Ainda
que, a obrigação de participar da peregrinação, vigorava depois dos 13 anos.
Estas são as primeiras palavras de Jesus no Evangelho de São Lucas
Depois de participarem da festa, no retorno para a casa, depois de um dia de caminhada, perceberam que o menino não está. O procuram entre parentes e conhecidos e não o encontrando, voltam a Jerusalém. Depois de três dias de procura, o encontram no templo, sentado entre os doutores, ouvindo-os e interrogando-os e todos os que o ouviam ficavam extasiados com a sua inteligência e com as suas respostas. A sabedoria de Jesus deixa as pessoas extasiadas.
É interessante o diálogo entre mãe e Filho. A mãe o chama
atenção, pois o estão procurando a três dias. Três dias significa o tempo
cronológico, mas remeterá aos três dias da ausência de Jesus: a sua morte e
ressurreição. Jesus mostra que o templo, a casa do Pai é a sua casa. Se na
anunciação, emerge o mistério desta criança, aqui começa a se manifestar a autoconsciência
de quem ele é, começa a emergir o mistério da pessoa de Jesus. Ele é o Filho.
Diante do Senhor do templo, Deus, ele é o Filho. Ele deve estar na casa do Pai.
A sua missão começa a se delinear nas suas primeiras palavras: “devo estar na casa
do meu Pai”.
Contemplar a família de Nazaré quer nos ajudar na nossa
vida familiar. As palavras de Papa Francisco nos ajudam: “Hoje o nosso olhar
para a sagrada Família deixa-se atrair também pela simplicidade da vida que ela
conduz em Nazaré. É um exemplo que faz muito bem às nossas famílias, ajuda-as a
tornar-se cada vez mais comunidades de amor e de reconciliação, nas quais se
sente a ternura, a ajuda e o perdão recíprocos. Recordemos as três palavras-chave
para viver em paz e alegria em família: com licença, obrigado, desculpa. Quando
numa família não somos invasores e pedimos “com licença”, quando na família não
somos egoístas e aprendemos a dizer “obrigado”, e quando na família nos damos
conta de que fizemos algo incorreto e pedimos “desculpa”, nessa família existe
paz e alegria. Recordemos estas três palavras. Mas podemos repeti-las juntos:
com licença, obrigado, desculpa. Gostaria também de encorajar as famílias para
que tomem consciência da importância que têm na Igreja e na sociedade. De fato,
o anúncio do Evangelho passa sobretudo através das famílias, para depois
alcançar os diversos âmbitos da vida diária.” (Papa Francisco, Angelus de 29 de
dezembro de 2013).'
PALAVRA
DO PASTOR
SAGRADA FAMÍLIA: COMUNIDADE DE FÉ
Dom Paulo Cezar Costa
Arcebispo de Brasília – DF.
Em, 26 de dezembro de 2021
Ana Pinto de
Miranda Bessa
À serviço do
Senhor!
Nenhum comentário:
Postar um comentário