‘Neste terceiro domingo do advento, temos novamente diante
de nós a figura de São João Batista. Se no domingo passado, encontramos João no
deserto que pregava a conversão, hoje, ele concretiza a conversão (Lc 3,
10-18). Cada categoria de pessoa pergunta a João o que devemos fazer, e ele
mostra que a mudança de vida deve tomar forma concreta nas pequenas e grandes
atitudes da vida. O Evangelho apresenta as multidões, cobradores de impostos e
soldados que perguntam ao profeta: Que devemos fazer?
A pergunta o que devemos fazer, lança a existência no plano das atitudes concretas. Kant já dizia que à pergunta o que devo fazer, a resposta é dada pela moral, isto é, entra-se na área do nosso agir, das nossas atitudes concretas.
São João Batista aponta para cada categoria concreta de
pessoas atitudes que mostrem conversão. Ele não aponta ritos penitenciais,
abluções, etc. À multidão ele responde: “Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem
não tem; e quem tiver comida, faça o mesmo” (Lc 3, 11). À multidão ele aponta o
caminho da divisão, do ir ao encontro de quem não tem, de quem se encontra
necessitado. Aos cobradores de impostos: “Não cobreis mais do que foi
estabelecido”, isto é, não roubeis, não deixai vos levar pela ganância, pela
corrupção. E aos soldados responde: “não tomeis a força dinheiro de
ninguém, nem façais falsas acusações; ficai satisfeitos com o vosso
salário”. A conversão torna-se realidade na nossa vida quando
pequenas e grandes mudanças começam a acontecer. Esta pergunta das diversas
categorias de pessoa chega até nós hoje. Cada um (a) deve se perguntar: o que
devo fazer? Elas são exemplares que devem indicar para cada um de nós a
estrada do amor, o sair do egoísmo e começar a trilhar o caminho do amor. A
conversão acontece na nossa vida sempre que passamos do desamor ao amor, do
egoísmo ao amor. A existência se realiza sempre que nos abrimos ao amor. O amor
dá asas á existência, o egoísmo nos fecha na nossa mesquinhez. Este é o
esforço que cada um de nós deve fazer, se queremos que a Palavra de Deus toque
a nossa vida.
São João Batista mostra ao povo que ele não é o Messias.
Ele batiza com água, mas o Messias é aquele que batizará com o Espírito
Santo. Com o Messias chega o juízo. Mas o juízo é uma realidade que
vai acontecendo no hoje da nossa vida, da nossa história. Diante de Jesus, o
Salvador, todo homem, toda mulher são chamados a tomar decisão. Não se pode
ficar indiferente: “Ele virá com a pá na mão: vai limpar sua eira e recolher o
trigo no celeiro; mas a palha ele a queimará no fogo que não se apaga” (Lc 3,
17).
Peçamos a graça, neste domingo, que a pergunta de São João
Batista nos alcance onde nos encontramos. Esta pergunta é sempre atual: E nós,
o que devemos fazer? Que esta interrogação nos ajude a nos colocarmos
numa atitude de mudança, de conversão.'
PALAVRA DO
PASTOR
E NÓS, O QUE DEVEMOS FAZER?
Dom Paulo
Cezar Costa
Arcebispo de
Brasília – DF.
Em, 12 de dezembro de 2021
Ana Pinto de Miranda
Bessa
À serviço do
Senhor!
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