CREUSANTINA, UMA HEROÍNA ANÔNIMA-3
Pronto, mas cadê o jegue 
Teimoso querer andar!  Mas desde
que foi castrado, melhorou muito de humor. De vez em quando dava saudade
naquele animal dos tempos que era metido a independente e empacava. Mas Damião
era perito em jegue. Foi falando mansamente, coçando o seu queixo e com um
pedaço de rapadura que ofereceu ao Teimoso, este voltou a andar todo
satisfeito.
Até que enfim chegaram na casa do Damião. Descarregaram
rapidamente o que tinham trazido. Deram um punhado milho, não somente para o
Teimoso, mas também para aos outro dois jegues do Damião: Precioso e Cheiroso.
Damião era um homem decidido e forte. Foi para o poço de  agua  e com a carretilha instalada no
mesmo começou a puxar agua e a encher varias latas.                                               
Estas latas, de mais ou menos vinte litros, eram o que mais
se usava na  região. Eram embalagem de
querosene que sustentavam as lamparinas destinadas a iluminação das casas. Com
um pau roliço pregado  na boca da mesma
era ideal para armazenar e transportar agua para dentro de casa.
A primeira lata ele levou para a Creuzantina tomar um banho.
Ela merecia. Em seguida ele foi cuidar da criação  com punhados de milho e um tanto de agua. E
ali perto do poço ele tomou seu banho. Tanto ele, como a Creuzantina
usavam  sabonete adquirido no
armazém  da vila. 
Após confirmar que toda a criação estava atendida, os
jumentos amarrados e separados para não se estranharem, curral das cabras
fechado, resolveu entrar em sua casinha onde a Creusantina o esperava.
 Antes porem, Damião
sentou no banquinho na frente de seu casebre. Suspirou, fechou os olhos e
pensou:  apesar de tanta luta, muitas
batalhas pela sobrevivência, algumas ganhas outras perdidas, mas enfim era um
homem feliz. Feliz sim. Pois dentro de seu casebre estava aguardando-o a mulher
de sua vida.                                                     
Amor antigo desde o tempo que frequentavam a escola da
professora Romana. Neste momento a vida sorria para Damião. Como ele gostaria de
registrar aquele momento com uma poesia para sua querida e amada
Creusantina....mas, faltava-lhe , com pouco estudo que tinha, como fazer...!
inspiração tinha...amor sincero...também. Mas como passar para o papel aquele
momento de imensurável felicidade? 
O autor, contagiado por este momento indescritível lembrou de
uma poesia, talvez a mais antiga da história da humanidade, que transcreve em
homenagem à Creusantina e Damião e o grande amor que os une.           
        “ Os teus
pés
           como são
belos nas sandálias,
           ó filha de
nobres;
           as curvas
dos teus quadris,
           que parecem
colares,
           obras de
artista.             
           Teu umbigo...essa taça redonda
           em que o
vinho nunca falta;
            teu
ventre, monte de trigo
            rodeado de açucenas;
            teus seios, dois filhotes,
            filhos gêmeos de gazela:
            teu pescoço, torre de marfim;
            teus olhos,
as piscinas de Hesebon.....”
            ( Cânticos
dos Cânticos 7 de 2 a 5 )
                                                                                                                                                   Após um breve descanso, tomou coragem e muito feliz entrou e fechou a porta...
Assim inicia-se uma vida a dois que iria durar por muitos e
muitos anos. Para ser sincero, iria durar até o fim de suas vidas, rica de
estórias que convido aos que me leem a acompanhar.
NOTA DO AUTOR: OS NOVOS CAPÍTULOS DESTA NOVELA SERÃO PUBLICADOS
ÁS 2a. e 5a. FEIRAS COM A GRAÇA DE DEUS
NOTA DO AUTOR: OS NOVOS CAPÍTULOS DESTA NOVELA SERÃO PUBLICADOS
ÁS 2a. e 5a. FEIRAS COM A GRAÇA DE DEUS

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