Capitulo VI
                 O
DEDICADO PADRE BENEDITO
O Padre Benedito era um verdadeiro e autêntico servidor da
Igreja do Senhor Jesus. Era Padre por vocação e devoção. Sentira muito jovem o
chamado de Deus. Largara todo o conforto de uma família abastada em Salvador e
se tornara Padre após anos e anos de estudos em seminários. Não era Padre por
profissão, como muitos o faziam por falta de opção. 
O Padre Benedito não pertencia a nenhuma ordem clerical. Era
arquidiocesano e poderia ter uma vida mais confortável se  quisesse. Mas não queria. Tudo o que ele recebia
dos fiéis, ele o distribuía aos mais pobres. Usava sandálias e nunca abandonava
sua batina preta, velha e remendada. Tinha duas que usava alternadamente.
Acreditava piamente que o hábito faz o monge !                                     
Parecia mais um franciscano. E adotara os princípios de São Francisco de Assis. Fez o seu voto de pobreza diretamente ao Senhor Jesus no dia de sua ordenação
e pediu ao bispo ao qual estava subordinado para servir onde a pobreza fosse
maior. 
Praticava o jejum semanal  e possuia um físico elegante. Tinha um
carisma para atrair as pessoas junto àquele povo abandonado, sofrido e faminto, principalmente agora, que a seca tinha retornado.
Políticos e coronéis viviam procurando-o na esperança de que
pudessem obter dele algum apoio. Ledo engano. Aceitava de bom grado as suas contribuições , que imediatamente distribuía aos seus pobres. 
Nas suas andanças de paroquia em paroquia, não pregava
nenhuma violência , mas a misericórdia, o amor e o perdão.  Invasões  de propriedade não aprovava. Lembrava a todos
aos seus amados seguidores Cristãos e Católicos, e eram muitos, que invasão de
propriedade era contra a Lei de Deus:" não roubar "! 
Não lhe importava de que maneira o político e o coronel tinham
adquirido a sua fortuna. Esse era um problema deles e de Deus. Lembrava a todos
que o Reino de Jesus não era deste mundo!
Mas o pensamento e as ações 
do Padre Benedito só atraiam muitos fiéis. Praticamente uma multidão. 
Assim, alguns coronéis e políticos, de consciência pesada,
ao confessarem suas misérias e seus pecados, com o Padre Benedito, saiam do
confessionário verdadeiros  'Zaqueu', do Evangelho de Lucas 19,1-10.                                                                                         
Arrependidos, passaram a olhar a pobreza  e os miseráveis  de maneira diferente e tentavam minorar a
fome e a sede daquele povo castigado, com seus recursos próprios, sem esperar
as providências lentas e inexplicavelmente demoradas  dos governos. 
 Padre Benedito, nunca se dizia santo,
mas divulgava que era um homem imperfeito à procura da santidade.
Eis em poucas palavras quem era o Padre Benedito, amado por
uma multidão  e odiado por poucos. 
Brasília, 11 de dezembro de 2014
               Djalmir Bessa                                                                                                               
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