11.12.14

COITÉ - CAPÍTULO VI

                                                     Capitulo VI
                                      
                 O DEDICADO PADRE BENEDITO


O Padre Benedito era um verdadeiro e autêntico servidor da Igreja do Senhor Jesus. Era Padre por vocação e devoção. Sentira muito jovem o chamado de Deus. Largara todo o conforto de uma família abastada em Salvador e se tornara Padre após anos e anos de estudos em seminários. Não era Padre por profissão, como muitos o faziam por falta de opção.

O Padre Benedito não pertencia a nenhuma ordem clerical. Era arquidiocesano e poderia ter uma vida mais confortável se  quisesse. Mas não queria. Tudo o que ele recebia dos fiéis, ele o distribuía aos mais pobres. Usava sandálias e nunca abandonava sua batina preta, velha e remendada. Tinha duas que usava alternadamente. Acreditava piamente que o hábito faz o monge !                                     

Parecia mais um franciscano. E adotara os princípios de São Francisco de Assis. Fez o seu voto de pobreza diretamente ao Senhor Jesus no dia de sua ordenação e pediu ao bispo ao qual estava subordinado para servir onde a pobreza fosse maior.
   

Praticava o jejum semanal  e possuia um físico elegante. Tinha um carisma para atrair as pessoas junto àquele povo abandonado, sofrido e faminto, principalmente agora, que a seca tinha retornado.

Políticos e coronéis viviam procurando-o na esperança de que pudessem obter dele algum apoio. Ledo engano. Aceitava de bom grado as suas contribuições , que imediatamente distribuía aos seus pobres.

Nas suas andanças de paroquia em paroquia, não pregava nenhuma violência , mas a misericórdia, o amor e o perdão.  Invasões  de propriedade não aprovava. Lembrava a todos aos seus amados seguidores Cristãos e Católicos, e eram muitos, que invasão de propriedade era contra a Lei de Deus:" não roubar "!

Não lhe importava de que maneira o político e o coronel tinham adquirido a sua fortuna. Esse era um problema deles e de Deus. Lembrava a todos que o Reino de Jesus não era deste mundo!

Mas o pensamento e as ações  do Padre Benedito só atraiam muitos fiéis. Praticamente uma multidão.

Assim, alguns coronéis e políticos, de consciência pesada, ao confessarem suas misérias e seus pecados, com o Padre Benedito, saiam do confessionário verdadeiros  'Zaqueu', do Evangelho de Lucas 19,1-10.                                                                                         

Arrependidos, passaram a olhar a pobreza  e os miseráveis  de maneira diferente e tentavam minorar a fome e a sede daquele povo castigado, com seus recursos próprios, sem esperar as providências lentas e inexplicavelmente demoradas  dos governos.

 Padre Benedito, nunca se dizia santo, mas divulgava que era um homem imperfeito à procura da santidade.

Eis em poucas palavras quem era o Padre Benedito, amado por uma multidão  e odiado por poucos. 

Brasília, 11 de dezembro de 2014
              
               Djalmir Bessa                                                                                                               


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