7.2.21

MARCOS 1,29-39 : JESUS DIANTE DO SOFRIMENTO HUMANO - REFLEXÃO DO PASTOR DOM PAULO CEZAR COSTA

 



 

'A primeira leitura deste domingo coloca diante de nós a realidade do sofrimento humano (Jo 7,1-4.6-7). A questão do sofrimento sempre inquietou o ser humano. Jó, no percurso do seu livro, sofre e se proclama justo. O sofrimento coloca diante do ser humano a sua fragilidade, a sua contingência. O ser humano que constrói, pesquisa, faz grandes descobertas, com a dor, o sofrimento, se depara com o mistério da sua fragilidade. A teologia reinante afirmava o sofrimento como fruto do pecado. Essa teologia é questionada e o livro mostra que Deus não é reduzível a simples esquemas humanos.                                                 


Essa mesma realidade do sofrimento está presente no Evangelho: Jesus cura a sogra de Pedro e, no final do dia, “curou muitas pessoas de diversas doenças e expulsou muitos demônios” (Mc 1,34). A cena da cura da sogra de Pedro se dá na casa de Simão e André. A cura se dá com o gesto de Jesus segurar-lhe a mão e ajudá-la a se levantar. Gesto presente também em outros milagres, mas que manifesta a profunda humanidade de Jesus. Jesus encontra aquela mulher em sua debilidade, em sua fragilidade. Ajudar alguém a se levantar é um gesto de profunda humanidade. Curada, a sogra de Pedro “começa a servi-los” (Mc 1,31). Ela é modelo para todos nós. Quem experimentou o amor de Jesus e foi por ele curado serve, faz da vida um dom de amor, um dom de serviço. O Evangelho apresenta Jesus que curou muitas outras pessoas de diversas doenças. Jesus tem compaixão, ele cura as pessoas de suas enfermidades. A atitude de Jesus diante de quem sofre não é de desprezo, mas ele as cura, as liberta.

Agora, o Evangelho apresenta Jesus que, de madrugada, vai rezar num lugar deserto. Em vários momentos nos Evangelhos encontramos Jesus rezando. Na oração, Jesus entra em profunda intimidade com o Pai, com o Abá. A oração de Jesus revela a sua identidade, a sua consciência de Filho diante do Pai. Não existe segmento autêntico de Jesus Cristo sem oração, pois a oração nos faz tocar o mistério eterno do amor de Deus.

O Evangelho termina com os discípulos que vão à procura de Jesus e lhe dizem: “todos estão te procurando” (Mc 1,37). Mas Jesus não se deixa aprisionar pelas pessoas, ele manifesta uma consciência clara da sua missão e a estatura de um pregador livre: “Vamos a outros lugares, às aldeias da redondeza! Devo pregar também ali, pois foi para isso que eu vim” (Mc1,38). Jesus é um mestre livre, que tem a consciência de que deve colocar em movimento o Reino de Deus através de seus gestos, milagres e da sua pregação. Também o discípulo é aquele que, seguindo Jesus, anuncia o Evangelho. Por isso, São Paulo afirma: “Ai de mim se eu não pregar o Evangelho” (1Cor 9,16). Anunciar o Evangelho é missão que a Igreja recebeu do Senhor e, por isso, a sua missão é Evangelizar. São Paulo VI, afirma com toda força, na Evangelii Nuntiandi (no.14): “Nós queremos confirmar, uma vez mais ainda, que a tarefa de evangelizar todos os homens constitui a missão essencial da Igreja”.'

 

                       PALAVRA DO PASTOR

      JESUS DIANTE DO SOFRIMENTO HUMANO

                       Dom Paulo Cezar Costa

                      Arcebispo de Brasília – DF.

Em, 07 de fevereiro de 2021

 Ana Pinto de Miranda Bessa

            À serviço do Senhor!

 

 


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