14.8.22

LUCAS 12,49-53 : EU VIM TRAZER FOGO SOBRE A TERRA - REFLEXÃO DO PASTOR DOM PAULO CEZAR COSTA

 






'Neste vigésimo domingo comum, temos diante de nós Jesus Cristo e seu Evangelho que não nos deixam na indiferença (Lc 12, 49 – 53), pois ele veio para lançar fogo sobre a terra. Talvez a imagem do fogo nos assuste, mas Jesus quer dizer que diante dele e da sua Palavra não se pode ficar indiferente. Papa Francisco, comentando este Evangelho, diz: “Jesus adverte os seus discípulos de que chegou o momento de tomar uma decisão. A sua vinda ao mundo coincide com o tempo das escolhas decisivas: a opção pelo Evangelho não pode ser adiada. E para que esta chamada seja compreendida melhor, ele serve-se da imagem do fogo que ele mesmo veio trazer a terra. Ele diz: «Eu vim lançar fogo sobre a terra; e como gostaria que ele já se tivesse ateado!» (v. 49). Estas palavras pretendem ajudar os discípulos a abandonar toda atitude de preguiça, apatia, indiferença e fechamento para acolher o fogo do amor de Deus, aquele amor que, como recorda São Paulo, «foi derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo» (Rm 5, 5). Porque é o Espírito Santo que nos faz amar a Deus e amar o próximo; é o Espírito Santo que todos nós temos dentro de nós” (Papa Francisco, Angelus, 18 de agosto de 2019).

                                                     


Jesus deve receber um batismo e está ansioso até que se cumpra (Lc 12, 50). O batismo é a sua morte que deve acontecer em Jerusalém. A ânsia de Jesus é a realização da vontade do Pai, para isso ele veio. Ele deve dar a vida pela nossa salvação.

Com ele chegou o juízo de Deus. Juízo com misericórdia e amor, mas que nos tira da indiferença. Nele se realiza este juízo, por isso, diante dele é impossível ter uma atitude neutra, uma atitude de indiferença. Jesus censurou esta atitude nos seus contemporâneos. O Israel do tempo de Jesus foi chamado a perceber que estava alguém no meio dos homens, Jesus Cristo, o Filho de Deus, diante do qual não era possível a indiferença. O seu seguimento exige radicalidade e coerência, pois o encontro com Jesus trás sentido e realização à existência. Quem O encontrou verdadeiramente não fica na indiferença. Nas origens da Igreja, no cristianismo primitivo, tanta gente sofreu por causa do nome de Jesus, tanta gente viu esta realidade da divisão tocar a sua porta, a sua vida, a vida de sua família. Ainda hoje, há tanta gente que vive o sofrimento e a divisão por causa da sua adesão e da sua fidelidade a Jesus Cristo e à sua Palavra.

Não devemos ter medo da divisão por causa da fidelidade a Jesus e ao seu Evangelho. Devemos ter medo de posturas de indiferença que manifestam um coração frio e tíbio. Na corrida da fé é preciso perseverança, como nos exorta a epístola aos Hebreus: “Empenhemo-nos com perseverança, com os olhos fixos em Jesus Cristo, que em nós começa e completa a obra da fé” (Hb 12, 1-2). Ele suportou a cruz, a infâmia e assentou-se à direita do Pai. Cristo sofreu na sua fidelidade ao Pai. O caminho de Cristo é, também, do cristão. O cristão é aquele que, ancorado em Cristo, olhando para Cristo, vai trilhando o caminho da fé e suporta até sofrimentos, incompreensões por causa de Jesus Cristo, em fidelidade a Ele.’

                   PALAVRA DO PASTOR

               EU VIM TRAZER FOGO SOBRE A TERRA

                          Dom Paulo Cezar Costa

                        Arcebispo de Brasília – DF.

 

           Em, 14 de agosto de 2022

        Ana Pinto de Miranda Bessa

                 À serviço do Senhor!


Nenhum comentário:

Postar um comentário