‘A quem servir? A quem escolher como Deus e Senhor? A quem
seguir? São perguntas que nos interpelam a partir da Liturgia da Palavra de
hoje. A resposta a elas tem um sentido ainda maior em momentos de provação da fé,
como aquele vivido pelos discípulos. Estamos concluindo a leitura do capítulo
6º do Evangelho segundo João, iniciado com a multiplicação dos pães, seguida do
discurso sobre o Pão da Vida. Ele se conclui com a reação de “muitos dos
discípulos” que acharam “dura” a palavra de Jesus, passaram a “murmurar” e a se
escandalizar, “voltaram atrás e não andavam mais com ele” (Jo 6,66).
Jesus chega a perguntar aos doze apóstolos se eles também estavam
querendo deixa-lo. Trata-se de um momento de crise que se torna ocasião de
crescimento na fé para o verdadeiro discípulo, como demonstra Simão Pedro: “A
quem iremos Senhor? Tu tens palavras de vida eterna!” (Jo 6,69). A opção por
Cristo está marcada pela fé. Hoje, nós somos convidados a repetir a resposta de
Pedro.
A escolha por Deus como Senhor deve ser sincera, pois ao
contrário não seria uma opção acompanhada da fidelidade, misturando-se
facilmente com a idolatria. O “sim” a Deus deve ser sincero para ser fiel e
manifestar-se no modo de viver. Josué interroga o povo reunido em assembleia a
respeito de quem estavam dispostos a servir: aos deuses cultuados na época ou
ao Senhor? A resposta dele “quanto a mim e à minha família, nós serviremos ao
Senhor” (Js 24,15) é repetida pelo povo: “nós também serviremos ao Senhor
porque ele é nosso Deus” (24,18). A resposta acontece em assembleia. A fé, a
escolha por Deus, embora pessoal, ocorre em comunidade. Na Igreja e com a
Igreja, a nossa fé cresce e se fortalece. A dimensão eclesial da fé é
fundamental para a sua vivência.
A opção por Deus e pela sua Palavra têm consequências para a
vida, a começar da família. Quem escolhe servir ao Senhor, vive o matrimônio e
a família segundo a sua Palavra. Por isso, a referência maior para o casal, o
modelo de amor para o marido e a mulher, será sempre o amor de Cristo pela
Igreja. Segundo Paulo, o casal unido em matrimônio é chamado a amar “como
Cristo amou a Igreja e se entregou por ela” (Ef 5,25). Assim fazendo, cada
casal estará repetindo e testemunhado a palavra de Josué: “eu e minha família
serviremos ao Senhor”.
Neste domingo do mês Vocacional, nos recordamos, com
gratidão, dos fiéis leigos atuantes nos diversos ministérios e serviços da
comunidade. A vocação dos cristãos leigos deve ser valorizada e promovida em
toda a Igreja, a começar de cada paróquia. Deus recompense a cada fiel leigo
pela sua participação na Igreja e testemunho cristão no mundo! ‘
A PALAVRA DO PASTOR
NÓS SERVIREMOS AO SENHOR !
Dom Sergio da Rocha
Arcebispo de Brasília-DF.
Em, 23 de agosto de 2015
Ana Miranda Bessa
Nenhum comentário:
Postar um comentário