'Estamos celebrando a solenidade da Epifania do Senhor, que
significa manifestação. Jesus Cristo é manifestado como salvador de todos os
povos, raças e nações. São Paulo, ao se dirigir aos efésios, expressa esse
mistério: “...os pagãos são admitidos à mesma herança, são membros do mesmo corpo,
são associados à mesma promessa em Jesus Cristo por meio do Evangelho” (Ef
3,6). A salvação de Deus, que Jesus veio trazer, é para todos os povos e todas
aa raças.
No Evangelho, o mistério desta solenidade é expresso pelos
magos que vieram do Oriente à procura do rei dos judeus que acabara de nascer.
Eles são astrônomos que, por meio do estudo do céu, captam algo mais profundo:
“nós vimos sua estrela no Oriente e viemos adora-lo” (Mt 2,2). São homens que
buscam o rei dos judeus por meio da ciência, porém, procuram dar um sentido
mais profundo para esta busca. Eles vão à Jerusalém à procura do rei dos
judeus, que acaba de nascer, para adorá-lo. Adorar é uma atitude que se tem
somente para com Deus.
A estrela os conduz até Jerusalém, mas quem os direcionará para Belém será a Palavra de Deus. É precisamente a Palavra de Deus que nos faz encontrar Jesus, é ela que nos revela Jesus. Por isso, a Palavra de Deus deve ser o centro da vida da Igreja e de cada um de nós.
Em Jerusalém se instaura certa confusão. Herodes fica perturbado, pois sente seu poder ameaçado. Reunindo os sumos sacerdotes e o mestres da Lei, eles dizem que o Messias devia nascer em Belém (Mt 2,6). Os magos são conduzidos a Belém. A estrela ia adiante deles até parar sobre o lugar onde estava o menino. Vemos, assim, que a criação também participa da revelação de Deus. Ademais, a atitude dos magos é de alegria quando viram a estrela de novo. A alegria, portanto, deve ser uma atitude constante do homem e da mulher de fé.
Quando entraram na casa, os magos encontraram o menino com
Maria, sua mãe, e se ajoelharam diante dele. No ato de ajoelhar-se,
reconheceram o mistério mais profundo que aquele menino traz em si, o mistério
de ser o Filho de Deus. Os presentes que ofereceram manifestam a vida e missão
deste menino: ouro, incenso e mirra. O ouro significa a sua realeza. Jesus é
rei, mas a sua realeza não é aquela da força, do poderio, é, sim, a do amor.
Diante de Pilatos, ele será reconhecido como rei. O incenso significa a sua
divindade, o culto que se deve prestar a Ele, nosso salvador, Filho de Deus. A
mirra significa a sua morte. Nestes três dons está presente a missão deste
menino, o Filho de Deus.
Celebrar a Epifania significa renovar nosso comprometimento
com a manifestação de Jesus Cristo neste mundo que vai se tornando cada vez
mais secularizado. Diz o Papa Francisco: “Em virtude do Batismo recebido, cada
membro do povo de Deus tornou-se discípulo missionário (cf. Mt 28,19). Cada um
dos batizados, independentemente da sua
função na Igreja e do grau de instrução da sua fé, é um sujeito ativo de
evangelização, e seria inapropriado pensar num esquema de evangelização
realizado por agentes qualificados enquanto o resto do povo fiel seria apenas
receptor das suas ações”
Boa celebração da Epifania para todos nós.'
PALAVRA DO PASTOR
EPIFANIA DO SENHOR
Dom Paulo Cezar Costa
Arcebispo de Brasília – DF.
Em, 03 de janeiro de 2020
Ana Pinto de Miranda Bessa
À serviço do
Senhor!
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