'No Evangelho deste
domingo, temos um texto significativo do Evangelho segundo Marcos (Mc 8,27-35):
Pedro proclama que Jesus é o Messias, ou seja, Pedro afirma que Jesus era O esperado
do Antigo Testamento, que nEle se concretizavam as expectativas messiânicas do
Antigo Testamento.
São Marcos narra um grande número de milagres, exorcismos etc. Após a confissão de fé de Pedro (8,27-30), que declara ser Jesus o Messias, o evangelista muda a tônica do Evangelho. Jesus é o Messias, porém o Messias que deve sofrer, o Messias Servo. A parte central do Evangelho (Mc 8,27-10.52) é marcada pelo tema do seguimento: três anúncios da paixão (8,31;9,31;10,33s); por três vezes a incompreensão dos discípulos (8,3;9,32;10,35s) é destacada; e por três vezes Jesus fala sobre as condições para o verdadeiro seguimento (8,33-38; 9,33-50; 10,38-45). O chamamento ao seguimento no caminho do sofrimento, da cruz e da ressurreição, tem a finalidade de prevenir contra uma falsa compreensão do messianismo de Jesus e contra uma falsa compreensão do próprio discipulado. O discipulado vem apresentado como experiência de associação ao destino do mestre em sua paixão, morte e ressurreição. Só no seguimento de Jesus, que é caminho de sofrimento e humilhação, é que o discípulo terá condições de compreender o messianismo de Jesus (O.P. SCHERER, Justo Sofredor, p.276).
No fechamento da seção, Marcos apresenta a cura do cego de
Jericó (10,46-52) mostrando que só o milagre de Deus pode abrir os olhos à
compreensão do caminho de Jesus e do verdadeiro discipulado. A cena do cego
curado, que segue Jesus “pelo caminho” que leva a Jerusalém, para a entrega do
Filho do Homem, torna-se o símbolo do verdadeiro discipulado, que consiste em
ir atrás de Jesus, não buscando a própria segurança, renunciando aos próprios
direitos, fazendo da vida um dom de serviço e de amor. São Marcos deixa claro
que o caminho de Jesus é único, o discípulo não pode nunca ser outro Cristo (O.P. SCHERER, Justo Sofredor, p.277).
Pedro queria poupar Jesus, não queria que seu mestre morresse
e, por isso, toma Jesus à parte e começa a repreendê-lo. Jesus repreende a
Pedro dizendo: “Vai para longe de mim, Satanás! Tu não pensas como Deus, e sim
como os homens” (Mc 8,33). Quando não quer que o mestre morra, Pedro está
rejeitando que o messianismo de Jesus seja o messianismo do servo, que Jesus
seja o messias servo. Talvez seja desconfortável para nós que Deus sirva o
homem. Talvez não tenhamos compreendido que “Deus é amor” e que a perfeição do
amor é amar. Jesus serviu, e o ápice do seu serviço foi a doação da própria
vida por amor a nós.
O ser humano é o ser da autotranscedência e somente se
transcendendo na direção de Deus e do irmão ele se realiza. Somente se
superando, saindo de si num crescimento constante no caminho do amor, o ser
humano realiza a existência. É preciso sair da lógica do egoísmo, da autorreferencialidade
e entrar na lógica de Jesus. Este foi o caminho de Jesus e é, também, o caminho
da realização do discípulo de Jesus Cristo.'
PALAVRA
DO PASTOR
TU
ÉS O CRISTO
Dom Paulo Cezar Costa
Arcebispo de Brasília – DF.
Em, 12 de setembro de 2021
Ana Pinto de Miranda Bessa
À serviço do
Senhor!
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