12.9.21

MARCOS 8,27-35 : TU ÉS O CRISTO - REFLEXÃO DO PASTOR DOM PAULO CEZAR COSTA

 





 'No Evangelho deste domingo, temos um texto significativo do Evangelho segundo Marcos (Mc 8,27-35): Pedro proclama que Jesus é o Messias, ou seja, Pedro afirma que Jesus era O esperado do Antigo Testamento, que nEle se concretizavam as expectativas messiânicas do Antigo Testamento.

São Marcos narra um grande número de milagres, exorcismos etc. Após a confissão de fé de Pedro (8,27-30), que declara ser Jesus o Messias, o evangelista muda a tônica do Evangelho. Jesus é o Messias, porém o Messias que deve sofrer, o Messias Servo. A parte central do Evangelho (Mc 8,27-10.52) é marcada pelo tema do seguimento: três anúncios da paixão (8,31;9,31;10,33s); por três vezes a incompreensão dos discípulos (8,3;9,32;10,35s) é destacada; e por três vezes Jesus fala sobre as condições para o verdadeiro seguimento (8,33-38; 9,33-50; 10,38-45).  O chamamento ao seguimento no caminho do sofrimento, da cruz e da ressurreição, tem a finalidade de prevenir contra uma falsa compreensão do messianismo de Jesus e contra uma falsa compreensão do próprio discipulado. O discipulado vem apresentado como experiência de associação ao destino do mestre em sua paixão, morte e ressurreição. Só no seguimento de Jesus, que é caminho de sofrimento e humilhação, é que o discípulo terá condições de compreender o messianismo de Jesus (O.P. SCHERER, Justo Sofredor, p.276).

                                                       


No fechamento da seção, Marcos apresenta a cura do cego de Jericó (10,46-52) mostrando que só o milagre de Deus pode abrir os olhos à compreensão do caminho de Jesus e do verdadeiro discipulado. A cena do cego curado, que segue Jesus “pelo caminho” que leva a Jerusalém, para a entrega do Filho do Homem, torna-se o símbolo do verdadeiro discipulado, que consiste em ir atrás de Jesus, não buscando a própria segurança, renunciando aos próprios direitos, fazendo da vida um dom de serviço e de amor. São Marcos deixa claro que o caminho de Jesus é único, o discípulo não pode nunca ser outro Cristo (O.P. SCHERER, Justo Sofredor, p.277).

Pedro queria poupar Jesus, não queria que seu mestre morresse e, por isso, toma Jesus à parte e começa a repreendê-lo. Jesus repreende a Pedro dizendo: “Vai para longe de mim, Satanás! Tu não pensas como Deus, e sim como os homens” (Mc 8,33). Quando não quer que o mestre morra, Pedro está rejeitando que o messianismo de Jesus seja o messianismo do servo, que Jesus seja o messias servo. Talvez seja desconfortável para nós que Deus sirva o homem. Talvez não tenhamos compreendido que “Deus é amor” e que a perfeição do amor é amar. Jesus serviu, e o ápice do seu serviço foi a doação da própria vida por amor a nós.

O ser humano é o ser da autotranscedência e somente se transcendendo na direção de Deus e do irmão ele se realiza. Somente se superando, saindo de si num crescimento constante no caminho do amor, o ser humano realiza a existência. É preciso sair da lógica do egoísmo, da autorreferencialidade e entrar na lógica de Jesus. Este foi o caminho de Jesus e é, também, o caminho da realização do discípulo de Jesus Cristo.'

 

                                 PALAVRA DO PASTOR

                                      TU ÉS O CRISTO

                                  Dom Paulo Cezar Costa

                                 Arcebispo de Brasília – DF.

 

Em, 12 de setembro de 2021

Ana Pinto de Miranda Bessa

         À serviço do Senhor!


Nenhum comentário:

Postar um comentário