'Estamos iniciando o mês de outubro, mês das missões. Em seu
primeiro dia celebramos a festa de Santa Terezinha, padroeira das missões.
Santa Terezinha de dentro de um Carmelo, tornou-se padroeira da ação missionária
porque tinha o mundo no coração. A missão nasce de um coração que ama. Esse
ano, a Campanha missionária tem como tema: “A Igreja é missão”; e como Lema “Sereis
minhas testemunhas” – At 1,18. A missão está intimamente ligada à nossa fé, ao
nosso estar radicado no amor de Cristo.
A palavra de Deus deste Domingo – Lc 17,5-10 coloca diante de nós a pouca fé dos discípulos que pedem a Jesus: “Aumenta em nós a fé”. Os discípulos sentem a sua fraqueza no caminho da fé, fraqueza que perceberemos até o final dos Evangelhos: na paixão não conseguirão vigiar com o mestre e, mesmo depois, nas aparições do ressuscitado, duvidarão. A fé é um caminho de crescimento no amor e na adesão a Jesus Cristo e à sua Palavra. Nela vamos sentindo Jesus Cristo como o “tudo” da nossa vida, vamos sentindo a paternidade do Pai de Jesus e vamos nos deixando guiar pelo Espírito Santo que habita e age nos nossos corações. A fé vai ancorando a nossa existência no mistério eterno de Deus, onde tantas coisas e realidades começam a ser relativizadas pelo amor a Deus. Quando olhamos a fé dos grandes personagens bíblicos, percebemos que foram homens e mulheres que se abandonaram totalmente diante da Palavra de Deus, diante da vontade Dele.
Os discípulos sentem a fraqueza da sua fé. Também nós, em
tantos momentos, sentimos a fraqueza da nossa fé, nossa incapacidade de um
abandono mais profundo nas mãos de Deus. Jesus mostra que a fé, mesmo simples,
é operosa, é capaz de realizar grandes coisas: “Se tivésseis, mesmo pequena como um grão de mostarda poderíeis fé,
mesmo pequena como um grão de mostarda, poderíeis dizer a esta amoreira:
Arranca-te daqui e planta-te no mar, e ela vos obedeceria”.
A segunda parte do Evangelho coloca diante de nós a nossa condição
de simples servidores – Lc 17,7-10. Jesus
conta uma pequena parábola, onde sua intenção não é valorar positivamente ou
negativamente aquilo que existia no seu tempo: ter servos. A sua pedagogia de
grande comunicador o fazia partir das realidades comuns, conhecidas, conduzindo
o espírito às realidades profundas do Reino de Deus. Jesus quer dizer que o
servo, quando está trabalhando, servindo ao seu senhor, não está fazendo mais
do que a sua obrigação. Assim, o discípulo Dele quando está realizando a vontade
de Jesus, quando está servindo, não está fazendo mais do que deve fazer, está
sendo um simples servo. Servir é a nossa missão de discípulos e discípulas de
Jesus Cristo.
Mas fé e serviço estão intimamente ligados, pois a nossa
fé vai se expressando na nossa capacidade de servir, ela se torna operosa
através das obras. É através da nossa capacidade de partir em missão que nos
tornamos dom de serviço, de amor, que vamos mostrando a profundidade da nossa
fé. A fé é o fundamento da missão. Ela, quando autêntica, nos coloca na
dinâmica do ir, pois quem é discípulo de Jesus Cristo, O anuncia e O testemunha
no dia a dia da vida.’
PALAVRA DO PASTOR
A POUCA FÉ DO DISCÍPULO
Dom Paulo Cezar Costa
Cardeal Arcebispo de Brasília – DF.
Em, 02 de outubro de 2022
Deus Abençoe o nosso Brasil!
Ana Pinto de Miranda Bessa
À serviço do Senhor!
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