‘O ser humano é um ser necessitado. Muitas vezes não queremos nos reconciliar com esta nossa condição. Preferimos viver como se nós nos bastássemos, como se fôssemos seres autossuficientes. Mas não é esta a realidade humana: não nos bastamos e constantemente nos deparamos com a nossa impotência, incapacidades etc. Viver sabiamente implica reconciliar-se com esta realidade. Necessitamos da oração na nossa vida. E é esta realidade que a Palavra de Deus coloca diante de nós neste domingo. Na primeira leitura, Moisés é o grande intercessor (Ex 17,8-13). Moisés deve manter erguidas as mãos com o bastão de Deus, que tinha servido para a passagem do mar e para tantos outros momentos. Enquanto as mãos estão erguidas, Josué vence; quando as mãos se cansam, Josué começa a perder. Suas mãos levantadas dão a vitória a Israel. O Salmo Responsorial (Sl 120) mostra que o nosso socorro vem do Senhor, Aquele que é o nosso Criador e Salvador.
No Evangelho (Lc 18,1-8), Jesus conta uma parábola para
mostrar a necessidade de rezar sempre. A introdução à parábola já diz qual é a
sua mensagem: a necessidade de rezar sempre, ou seja, a oração no nosso
cotidiano. A parábola mostra que o juiz iníquo fez justiça por causa da
insistência da viúva, e conclui: “E Deus não fará justiça aos seus escolhidos,
que dia e noite gritam por Ele? Eu lhes garanto que Deus lhes fará justiça
muito em breve”. Esta parábola e esta conclusão de Jesus eram um alento e uma
esperança para os primeiros cristãos que, nos seus sofrimentos e perseguições,
tinham a certeza de que o Senhor escutava a sua oração. E ela quer, também
hoje, sustentar a nossa esperança na intervenção de Deus. A oração é um diálogo
amoroso com Jesus Cristo, o Senhor, e, nesta relação amorosa, vamos colocando
diante do Seu amor as nossas angústias, alegrias e esperanças. Sentimos que Ele
olha por nós. Estabelecemos, a partir da intimidade com Jesus, um
relacionamento filial com o Pai de Jesus e nos sentimos filhos e filhas.
A oração faz sentirmos a ação do Espírito em nós, e então,
nos damos conta de sermos movidos por Ele. A oração é fundamental na nossa vida
de católicos. Não existe verdadeiro seguimento a Jesus Cristo, verdadeira vida
cristã sem oração. É preciso não ter medo de rezar e rezar sempre. No decorrer
da história da salvação, os grandes personagens rezavam. Jesus rezava, pois, em
diversos momentos, os Evangelhos nos apresentam nosso Salvador rezando. Ele é o
grande modelo do orante. Hoje somos nós que, no nosso caminho de discípulos
missionários, necessitamos da oração. A oração vai radicando o nosso coração no
amor de Cristo.
Jesus quer nos mostrar que a oração mantém o cristão na fé,
na fidelidade a Ele, atento ao futuro. A fé é um caminho com o Senhor, de
seguimento Dele, de sentir que Ele caminha conosco, que Ele é uma presença na
nossa vida. Por isso a provocação final: “O Filho do Homem, quando vier, vai
encontrar fé sobre a terra?”. Sem a oração, o coração vai se afastando do amor
de Jesus, vai se enchendo de si e não do amor de Deus, o único que dá sentido à
vida, que enche o nosso coração de alegria.’
PALAVRA DO PASTOR
A NECESSIDADE DE REZAR SEMPRE
Dom Paulo Cezar Costa
Cardeal Arcebispo de Brasília – DF.
Em, 16 de outubro de 2022
Ana Pinto de Miranda Bessa
À serviço do Senhor!
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