15.11.20

MATEUS 25,14-30 : VEM PARTICIPAR DA MINHA ALEGRIA - REFLEXÃO DO PASTOR DOM JOSÉ APARECIDO GONÇALVES DE ALMEIDA

 

 

‘A Palavra de Deus deste domingo – o penúltimo do ano litúrgico – nos alerta sobre a caducidade da existência terrena e nos convida a vivê-la como uma peregrinação, tendo os olhos fixos na meta, no Deus que nos criou para Si (S. Agostinho) e é o nosso destino último, o sentido do nosso viver. Deus nos oferece talentos para que, ao longo da nossa vida passageira, produzamos frutos de vida eterna mediante a caridade operosa que é a verdadeira adoração em Espirito e verdade.

A primeira leitura (Pr 31,10-13.19-20.30-31), vencendo os limites da cultura patriarcal da época, elogiam a mulher virtuosa, forte e empreendedora, dedicada ao bem da família, que “abre suas mãos ao necessitado e estende suas mãos ao pobre” (Pr 31,20). Passam o encanto e beleza fugazes, mas não passa o encanto e a beleza da “mulher que teme o Senhor” (v.30). “Ela vale muito mais do que as joias” (v.10).

O Salmo 127 louva o pai de família que teme o Senhor e vive do trabalho de suas mãos. Ele, como os servos que receberam do seu senhor os talentos e os fizeram frutificar, será abençoado cada dia de sua vida, enfim pela eternidade.

Paulo, na carta aos cristãos de Tessalônica, continua a falar de esperança, exortando à vigilância e lembrando que os resgatados nas águas do batismo são filhos da luz: “Todos vós sois filhos da luz e filhos do dia. Não somos da noite nem das trevas”. Ser filhos da luz, comporta o compromisso moral e a exigência ascética da vigilância e da sobriedade: “não durmamos, como os outros, mas sejamos sóbrios e vigilantes”.

                                                    

No Evangelho Jesus narra a parábola dos talentos e mostra que a exigência de fazer frutificar os talentos que nos são confiados como a administradores, de algum modo, comportam consequências. A frágil existência terrena, enriquecida de dons e talentos dados por Deus, comporta a responsabilidade por nossas escolhas e pelo nosso modo de agir. Tudo adquire um peso de eternidade. Não se pode fugir à necessidade de escolher entre o caminho da vida e o caminho da morte, da bênção e da maldição.

Os que aqui na terra fazem frutificar os talentos em forma de obras de misericórdia (cf. Mt 25,31-46), serão louvados pelo Senhor no juízo: “Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito mais” e logo receberão o convite para as delícias eternas: “Vem participar da minha alegria” (Mt 25,21).

O outro lado da responsabilidade pelas nossas escolhas e pelo nosso modo de atuar aparece dramaticamente nas palavras finais do Evangelho. A possibilidade de ficar fora da bem-aventurança eterna aparece não só como consequência de agir mal, como também de omitir o bem que se podia ter feito. É o próprio Jesus a pronunciar palavras fortes: “A este servo inútil, lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes” (Mt 25,30).

Neste domingo dos Pobres, nos ilumine e encha de esperança, a bênção encontrada no ritual do matrimônio: “Sede testemunhas do amor de Deus no mundo, socorrendo os pobres e todos os que sofrem, para que eles vos recebam um dia, agradecidos, na eterna morada de Deus”.’

                            PALAVRA DO PASTOR

            VEM PARTICIPAR DA MINHA ALEGRIA

         Dom José Aparecido Gonçalves de Almeida

                      Bispo Auxiliar de Brasília – DF.

Em, 15 de novembro de 2020

 Ana Pinto de Miranda Bessa

             À serviço do Senhor!

 

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário