‘A Palavra de Deus deste domingo – o penúltimo do ano
litúrgico – nos alerta sobre a caducidade da existência terrena e nos convida a
vivê-la como uma peregrinação, tendo os olhos fixos na meta, no Deus que nos
criou para Si (S. Agostinho) e é o nosso destino último, o sentido do nosso
viver. Deus nos oferece talentos para que, ao longo da nossa vida passageira,
produzamos frutos de vida eterna mediante a caridade operosa que é a verdadeira
adoração em Espirito e verdade.
A primeira leitura (Pr 31,10-13.19-20.30-31), vencendo os
limites da cultura patriarcal da época, elogiam a mulher virtuosa, forte e empreendedora,
dedicada ao bem da família, que “abre suas mãos ao necessitado e estende suas
mãos ao pobre” (Pr 31,20). Passam o encanto e beleza fugazes, mas não passa o
encanto e a beleza da “mulher que teme o Senhor” (v.30). “Ela vale muito mais
do que as joias” (v.10).
O Salmo 127 louva o pai de família que teme o Senhor e vive
do trabalho de suas mãos. Ele, como os servos que receberam do seu senhor os
talentos e os fizeram frutificar, será abençoado cada dia de sua vida, enfim
pela eternidade.
Paulo, na carta aos cristãos de Tessalônica, continua a falar de esperança, exortando à vigilância e lembrando que os resgatados nas águas do batismo são filhos da luz: “Todos vós sois filhos da luz e filhos do dia. Não somos da noite nem das trevas”. Ser filhos da luz, comporta o compromisso moral e a exigência ascética da vigilância e da sobriedade: “não durmamos, como os outros, mas sejamos sóbrios e vigilantes”.
No Evangelho Jesus narra a parábola dos talentos e mostra que a exigência de fazer frutificar os talentos que nos são confiados como a administradores, de algum modo, comportam consequências. A frágil existência terrena, enriquecida de dons e talentos dados por Deus, comporta a responsabilidade por nossas escolhas e pelo nosso modo de agir. Tudo adquire um peso de eternidade. Não se pode fugir à necessidade de escolher entre o caminho da vida e o caminho da morte, da bênção e da maldição.
Os que aqui na terra fazem frutificar os talentos em forma
de obras de misericórdia (cf. Mt 25,31-46), serão louvados pelo Senhor no
juízo: “Como foste fiel na administração de tão pouco, eu te confiarei muito
mais” e logo receberão o convite para as delícias eternas: “Vem participar da
minha alegria” (Mt 25,21).
O outro lado da responsabilidade pelas nossas escolhas e
pelo nosso modo de atuar aparece dramaticamente nas palavras finais do
Evangelho. A possibilidade de ficar fora da bem-aventurança eterna aparece não
só como consequência de agir mal, como também de omitir o bem que se podia ter
feito. É o próprio Jesus a pronunciar palavras fortes: “A este servo inútil,
lançai-o nas trevas exteriores; ali haverá choro e ranger de dentes” (Mt
25,30).
Neste domingo dos Pobres, nos ilumine e encha de esperança,
a bênção encontrada no ritual do matrimônio: “Sede testemunhas do amor de Deus
no mundo, socorrendo os pobres e todos os que sofrem, para que eles vos recebam
um dia, agradecidos, na eterna morada de Deus”.’
PALAVRA
DO PASTOR
VEM
PARTICIPAR DA MINHA ALEGRIA
Dom José
Aparecido Gonçalves de Almeida
Bispo Auxiliar de Brasília – DF.
Em, 15 de novembro de 2020
Ana Pinto de Miranda
Bessa
À
serviço do Senhor!
Nenhum comentário:
Postar um comentário