25.4.21

JOÃO 10,11-18 : EU SOU O BOM PASTOR - REFLEXÃO DO PASTOR DOM PAULO CEZAR COSTA

 


 

‘Neste quarto domingo da Páscoa, celebramos o domingo do bom Pastor e a Jornada Mundial de Oração pelas vocações sacerdotais e religiosas. O Evangelho nos apresenta Cristo, o bom Pastor. A imagem do pastor existe desde o Antigo Testamento e expressa o relacionamento de Deus com o Seu povo, como lemos em Ezequiel 34,11-31 e no Salmo 22. Em Ezequiel, o próprio Deus cumpre a tarefa de ser pastor num momento crítico do rebanho. Já no Êxodo, Deus se apresenta como Aquele que reúne, retira e conduz o Seu povo. Deus faz com Seu povo aquilo que não fizeram os maus pastores. A imagem do pastor, Jesus a aplica a Si: “Eu sou o bom Pastor” (v.11). O adjetivo kalós caracteriza Jesus do ponto de vista daquilo que Ele traz para os homens, ou seja, os bens messiânicos. Jesus é o bom Pastor porque dá a vida por Suas ovelhas e estabelece com elas uma relação nova de conhecimento recíproco, de amor.                                                           


"O bom pastor dá a vida por suas ovelhas". Jesus entrega a Sua vida para poder retomá-la livremente. Ele dá a vida pela salvação das ovelhas e, por isso, em muitos textos, a morte de Jesus vem apresentada como manifestação do amor do Pai, e também do amor de Jesus. “Nisto conhecemos o amor: Ele deu a sua vida por nós”. Tem-se aqui uma grandiosíssima riqueza teológica. Cristo, bom Pastor, dá a vida livremente pelas suas ovelhas, cumpre um ato messiânico e manifesta, ao mesmo tempo, o amor do Pai por nós. Se o Pai ama o Filho, é porque Ele dá a vida para depois retomá-la, levando a termo a obra da salvação. A missão do pastor é dar a vida. O Filho dá a vida e a retoma. A obra da salvação cumprida por Jesus Cristo-Pastor se apresenta a nós como uma grande revelação do amor do Pai, que encontramos nesta estupenda afirmação da teologia de São João: “Nisto consiste o amor: não fomos nós que amamos a Deus, mas foi Ele quem nos amou e enviou-nos o seu Filho como vítima de expiação pelos nossos pecados”. (1Jo 4,10).

O evangelho faz o contraste entre o pastor e o mercenário. O pastor é bom, dá a vida pelas ovelhas, conhece as ovelhas pelo nome e a ovelhas o conhecem. O mercenário não é pastor, as ovelhas não lhe pertencem, e quando o lobo se aproxima, abandona as ovelhas e foge. O lobo, então, as arrebata e dispersa, não se importando com as ovelhas. O conhecimento entre Jesus e as suas ovelhas não é um conhecimento simplesmente de natureza psicológica, intelectual ou do tipo mestre e aluno. O conhecimento encontra a sua fonte na relação recíproca de Jesus com o Pai. "Vivendo em comunhão com Jesus, com aquilo que há de mais profundo Nele, os cristãos estão em comunhão com o Filho de Deus e, por isso mesmo, entram naquela comunhão vital que une o Filho e o Pai, tornando-os filhos de Deus. A comunhão que une as ovelhas a Jesus é da mesma natureza daquela que O une ao Pai" (Ignace De La Potterie, Studi di Cristologia Giovannea).

Neste domingo, renovemos o nosso compromisso de rezar pelas vocações sacerdotais e religiosas. Percebamos que a vida cristã é um caminho de amor, onde respondemos com amor a Cristo, Pastor Bom e Belo, que nos amou a ponto de dar por nós a própria vida.'  

 

                              PALAVRA DO PASTOR

                                    EU SOU O BOM PASTOR

                                         Dom Paulo Cezar Costa

                                       Arcebispo de Brasília – DF.

 

Em, 25 de abril de 2021

Ana Pinto de Miranda Bessa

        À serviço do Senhor!

 


Nenhum comentário:

Postar um comentário