11.4.21

JOÃO 20,19-31 - MISERICÓRDIA: AMOR QUE VEM DO CORAÇÃO DE DEUS - REFLEXÃO DO PASTOR DOM PAULO CEZAR COSTA

 

 


 

‘Neste domingo, somos convidados a contemplar a misericórdia do Senhor. A misericórdia é o amor que vem do coração de Deus, das entranhas de Deus. O Evangelho deste domingo (Jo 20,19-31), a aparição de Jesus ressuscitado para os discípulos - primeiro sem Tomé e depois, com Tomé - nos faz encontrar-nos com a Sua misericórdia. O Evangelista enfatiza que é o anoitecer do primeiro dia da semana, isto é, do domingo. O domingo é o dia em que a comunidade se reúne para se encontrar com o Senhor. O Senhor se coloca no meio dos seus. O texto enfatiza que as portas estão fechadas. O Ressuscitado não pertence mais ao nosso mundo. O Seu corpo não é mais um corpo físico como o nosso. O Seu corpo é autêntico e real, mas possui as propriedades de um corpo glorioso: “não está mais situado no tempo e no espaço” (Catecismo da Igreja Católica, 645). Ele aparece, é Ele que se faz ver. Por isso, o Novo Testamento fala em aparição. A ressureição de Jesus não é o reavivamento de um cadáver; esta O insere no mundo escatológico, no mundo de Deus.                                                    


Jesus oferece aos discípulos o dom da paz. A paz é um dos grandes dons do Ressuscitado. Agora Jesus dá aos seus, à Sua Igreja, o poder de perdoar os pecados:  “ - A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados...”. É o que a Igreja faz no sacramento da confissão. A confissão é colocar-se diante do amor misericordioso de Deus e ter certeza de que Ele vem ao encontro da nossa miséria, da nossa limitação. É Deus, através do sacerdote, que nos perdoa. Por isso, o Papa Francisco tem insistido que a confissão não é tortura, mas é encontro com a infinita misericórdia do Senhor, que nos perdoa, nos restaura, nos dá vida nova. O confessor deve acolher o penitente; e o penitente deve poder, por meio do sacramento, experimentar a misericórdia infinita do Senhor.

Mas tinha alguém que não estava com os discípulos, quando o Senhor apareceu a eles: Tomé. Os outros lhe narram a aparição do Senhor. Mas Tomé é o sujeito que duvida, que precisa ver para crer. Talvez, nos sintamos contemplados nele, na nossa incredulidade. Oito dias depois, isto é, no primeiro dia da semana, Jesus se coloca de novo no meio dos discípulos e, agora, interpela Tomé: "- Põe o teu dedo aqui e olha as minhas mãos. Estende a tua mão e coloca-a no meu lado. E não sejas incrédulo, mas tem fé". As mãos e o lado de Jesus mostram que é Ele mesmo que foi crucificado, que sofreu a paixão, que está ressuscitado, vivo. Há uma continuidade entre o Crucificado e o Ressuscitado. Ele traz as marcas das chagas, agora gloriosas. Elas são memória do Seu sofrimento, do ápice do Seu amor por nós. Tomé tinha sido chamado a ser o primeiro a crer sem ter visto, mas não foi. Por isso, Jesus proclama bem-aventurados os que creram sem terem visto. Nós cremos sem termos visto Jesus; por isso, somos mais felizes que Tomé. Nós cremos, pelo testemunho dos Apóstolos, que nos narraram a sua experiência com o Ressuscitado. Essa corrente da fé veio dos Apóstolos até nós, hoje, que, crendo, temos a vida no Nome de Jesus Cristo.'

                                        PALAVRA DO PASTOR

   MISERICÓRDIA: AMOR QUE VEM DO CORAÇÃO DE DEUS

                                      Dom Paulo Cezar Costa     

                                      Arcebispo de Brasília-DF.

    Em, 11 de abril de 2021

Ana Pinto de Miranda Bessa

          À serviço do Senhor!

 



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