'As palavras de Jesus narradas pelo Evangelho (Jo 15,1-8) deste domingo da Páscoa se situam no contexto da ceia de despedida, na véspera de sua morte na cruz.
Jesus utiliza a rica imagem da videira, dos ramos e dos frutos, conhecida do Antigo Testamento. A videira ou a vinha eram símbolos do Povo de Deus, que não tinha produzido os frutos esperados. Jesus é a verdadeira videira, da qual somos os ramos, formando o novo Povo de Deus. Para produzir frutos, os ramos necessitam estar sempre unidos a videira. “Permanecei em mim”, repete Jesus. A unidade é condição para produzir frutos. Sem estar unido a videira, o ramo seca. A divisão, os conflitos e o isolamento provocam esterilidade.
Para enfrentar os muitos desafios que passamos, necessitamos caminhar unidos, valorizando a Igreja e dela participando. Os Atos dos Apóstolos (At. 9,26-31) testemunha o esforço de Paulo em procurar a comunidade de Jerusalém. Ele “procurava juntar-se aos discípulos” (v. 26). Após a sua conversão, Paulo foi acolhido na comunidade dos discípulos, em Damasco, contando com a ajuda de Ananias. Na passagem narrada na primeira leitura, ao chegar em Jerusalém, ele teve a ajuda de Barnabé para ser acolhido fraternalmente na comunidade, superando a desconfiança inicial motivada pelo seu passado de perseguidor dos cristãos.
Hoje, necessitamos cada vez mais de comunidades acolhedoras, que testemunham a fé através da vivência do mandamento do amor dado por Jesus, que é condição para ser reconhecido como seus discípulos: “nisto todos reconhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13,35).
Contando com a graça de Deus e participando da vida da comunidade, vamos crescendo sempre mais no testemunho da fé e do amor ao próximo, ajudando outros irmãos a permanecerem unidos a Cristo para produzir frutos dignos da vida cristã. Sejamos discípulos missionários que testemunham corajosamente a alegria de permanecer unidos a Cristo e aos irmãos!'
PALAVRA DO PASTOR
PERMANECEI EM MIM
Dom Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília - DF.
Em, 29 de abril de 2018
Ana Miranda Bessa
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