10.11.19

LUCAS 20,27-38 : DEUS DOS VIVOS - REFLEXÃO DO PASTOR DOM SERGIO DA ROCHA




'Ao rezar o Credo nós afirmamos que cremos na “ressurreição da carne e na vida eterna”. A fé na ressurreição de Jesus e na ressurreição dos mortos ocupa lugar central na vida cristã.

Os saduceus eram um grupo religioso que negava a ressurreição dos mortos. A pergunta que fazem a Jesus mostra que eles estavam entendendo a ressurreição apenas como um prolongamento da vida terrestre. Como os saduceus tinham se referido a Moisés, Jesus lhes responde recorrendo a passagem do Êxodo que trata da sarça ardente, dando a entender que a fé na ressurreição já se encontrava implícita no Antigo Testamento e concluindo que “Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos, pois todos vivem para ele” (Lc 20,38).
                                        



A Bíblia não pretende explicar como será a vida eterna, como muita gente gostaria, em nossa época, marcada pela tendência de explicar e provar tudo racionalmente. A ressurreição é mistério a ser acolhido e vivido na fé. A Sagrada Escritura proclama a fé no Deus da vida, a fé em Cristo ressuscitado e, consequentemente, a fé na ressurreição da carne. Embora a plenitude da Revelação divina seja Jesus Cristo, a bela passagem do livro dos Macabeus, proclamada na primeira leitura, já testemunhava a fé na ressurreição. Num tempo de dura perseguição religiosa, os irmãos Macabeus dão testemunho de fidelidade e, ao mesmo tempo, de fé na vida eterna. “O Rei do universo nos ressuscitará para uma vida eterna,” afirma um dos sete irmãos condenados à morte por causa da sua fé (2Mc 7,9). Deus tem misericórdia dos que permanecem fiéis, dando-lhes a vida eterna, conforme afirma um deles ao rei que os condenava: “Prefiro ser morto pelos homens tendo em vista a esperança dada por Deus que um dia nos ressuscitará. Para ti, porém, ó rei, não haverá ressurreição para a vida” (2Mc 7,14).

Na 2ª Carta aos Tessalonicenses, S. Paulo também se refere a “consolação eterna e a feliz esperança” (2Ts 2,16), que Deus nos oferece, exortando a comunidade a permanecer fiel e a rezar sempre. Nós também vivemos da esperança em Deus. Diante dos desafios da vida e perante a própria morte, devemos permanecer firmes na fé, que nos anima a caminhar sempre, sem desanimar, e nos traz a esperança de alcançar a vitória com Cristo Ressuscitado. Que a celebração do mistério pascal, na Eucaristia, nos anime a viver sempre da fé em Jesus Cristo ressuscitado e da esperança na ressurreição!

Neste domingo, ocorre em toda a Arquidiocese de Brasília, a coleta anual para o Fundo Arquidiocesano de Comunhão e Partilha. Participe!


              PALAVRA DO PASTOR
                     DEUS DOS VIVOS
                         Dom Sergio da Rocha
                Cardeal Arcebispo de Brasília - DF.

Em, 10 de novembro de 2019
 Ana Pinto de Miranda Bessa

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