'A liturgia da Palavra deste penúltimo Domingo do Tempo Comum leva-nos a olhar para o futuro que Deus prepara para nós, com esperança, mas vivendo o presente com responsabilidade e firmeza na fé.
O profeta Malaquias anuncia o “Dia” do Senhor, o dia do julgamento, que será de condenação para “os soberbos e ímpios”, enquanto para os que temem o Senhor “nascerá o sol da justiça trazendo salvação em suas asas” (Ml 3,20). Trata-se de um forte apelo à esperança dirigido, especialmente, aos que duvidavam da justiça e do amor de Deus na história. O profeta mostra que Deus não abandonou o seu povo e irá estabelecer o seu reino de justiça. Em resposta, rezamos o Salmo 97, proclamando que “o Senhor virá julgar a terra inteira, com justiça julgará”. De fato, nós rezamos o Creio afirmando que Jesus Cristo “há de vir a julgar os vivos e os mortos”.
Conforme o Evangelho segundo S. Lucas, a preocupação dos discípulos era saber “quando” e “como” isso aconteceria. Ao invés de satisfazer a curiosidade deles a respeito do futuro, Jesus lhes mostra como proceder no presente, destacando três atitudes que deveriam cultivar. A primeira é: “cuidado para não serdes enganados” (Lc 21,8), alertando para que não se deixem levar por rumores a respeito do fim. A segunda é: ”não fiqueis apavorados” (21,9); ao contrário, é preciso confiar em Deus. A terceira atitude encontra-se resumida na frase conclusiva do texto proclamado: “é permanecendo firmes que ireis ganhar a vida” (21,19), mostrando a importância da perseverança e do testemunho. O tempo de grandes dificuldades, perseguição e morte, será ocasião para os discípulos testemunharem a fé, segundo as palavras de Jesus (21,13), prometendo-lhes “dar palavras acertadas” para se defenderem.
Na comunidade dos tessalonicenses, a preocupação com a vinda do Senhor levou alguns a viverem de maneira errada. São Paulo refere-se a “alguns que vivem à toa, muito ocupados em não fazer nada” (2Ts 3,11). Para estarem bem preparados para o dia do julgamento, os tessalonicenses são exortados a trabalhar e a agir com responsabilidade. Ao invés do medo ou da acomodação, é necessário agir. Diante da figura deste mundo que passa e do julgamento que virá, a fé move os discípulos de Cristo para agirem com esperança e responsabilidade, dando testemunho e permanecendo firmes.
O Papa Francisco instituiu o 33º Domingo do Tempo Comum como o dia mundial dos pobres, por meio da Carta Apostólica Misericordia et Misera (n. 21), como fruto e prolongamento do Ano Santo da Misericórdia (2016). Seja este dia uma ocasião especial para expressar o amor aos pobres, a solidariedade, através de ações pessoais e comunitárias.'
PALAVRA DO PASTOR
PERMANECER FIRMES
Dom Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília – DF.
Em, 17 de novembro de 2019
Ana Pinto de Miranda Bessa
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