19.7.20
MATEUS 13,24-43 : A MANSIDÃO É A FORÇA DE DEUS - REFLEXÃO DO PASTOR DOM JOSÉ APARECIDO GONÇALVES DE ALMEIDA
'Neste Domingo, a Palavra de Deus põe a nossa impaciência com os defeitos alheios diante da incansável paciência de Deus para com os nossos. A força da Palavra ilumina os nossos corações e a força da graça de Deus nos transforma à imagem de Cristo.
A crescente sede de justiça na sociedade contemporânea não raro adquire contornos de severidade maior do que as culpas. Exigimos misericórdia e compreensão para nós, reivindicamos justiça para os que reputamos maus. Há uma escassa confiança na humanidade, como se fora impossível a conversão e a abertura à graça de Deus.
Na primeira Leitura, o autor sagrado se dirige a Deus reconhecendo a Sua paciência misericordiosa. Ele mostra que Deus, embora tendo a força para castigar os pecadores, se compadece e tem paciência, julga com bondade e governa com indulgência (cf. Sab 12,18). Deus é paciente, não se alegra com a morte do pecador, mas tudo dispõe para que se converta e viva (cf. Sab 12,19).
Mais ainda, Cristo, pelo Seu Corpo, que é a Igreja, assume o clamor do pobre nas adversidades e eleva seu lamento ao Pai: “Ó Senhor, vós sois bom e clemente, sois perdão para quem vos invoca. Escutai, ó Senhor, minha prece, o lamento da minha oração” (Sl 85,5).
Quando a tribulação e escândalo do mal emudece o coração do crente, “o Espírito vem em socorro da nossa fraqueza. Pois nós não sabemos o que pedir nem como pedir”. Então a paciência de Deus com a nossa fragilidade se derrama como força de amor e sana as enfermidades: “o próprio Espírito intercede em nosso favor com gemidos inefáveis” (Rm 8,26).
Quando vemos a fumaça de Satanás entrar inclusive na Igreja, nos perguntamos quase sem esperança onde está Deus e por que não intervém para destruir tanto mal. “Cristo – responde o Concílio Vaticano II – que é Mestre e Senhor nosso, e ao mesmo tempo manso e humilde de coração, atraiu com paciência os discípulos. Reconhecendo que a cizânia fora semeada com o trigo, mandou deixassem crescer ambos até à messe, que se dará na consumação do século” (DH 11). Mas aos esquecidos da Parábola do joio e do trigo, já São Pedro advertia: “Não é que o Senhor tarde em cumprir a sua promessa, como alguns pensam, mas simplesmente usa de paciência para convosco, pois não quer que ninguém pereça, mas que todos se convertam” (2Pd 3,9).
Essa amorosa paciência de Deus traz à memoria as palavras de Jesus: “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração”. A mansidão de Jesus revela a força da Sua obra redentora; ela abranda a que seria uma justa ira. E longe de frustrar a esperança, leva ao caminho da conversão, ao caminho da justiça e da misericórdia. Aos que assim invocam o Senhor, Ele os justifica e “os justos brilharão como o sol no reino de seu Pai” (Mt 13,43).
Acorramos à Virgem Maria, Trono da misericórdia, para iluminarmos a todos com a luz da nossa esperança.'
PALAVRA DO PASTOR
A MANSIDÃO É A FORÇA DE DEUS
Dom José Aparecido Gonçalves de Almeida
Bispo Auxiliar de Brasília - DF.
Em, 19 de fevereiro de 2020
Ana Pinto de Miranda Bessa
À serviço do Senhor!
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