'Deus
chama e envia em missão os profetas e os apóstolos. Ele também nos chama e
envia. O chamado é dom gratuito do Senhor, que não depende de critérios
humanos, como os méritos pessoais. Necessita, porém, da resposta pessoal
alicerçada na fé e a disponibilidade em caminhar e servir.
Amós
era um humilde vaqueiro e agricultor escolhido e enviado por Deus para
profetizar numa época em que o povo se encontrava dividido em dois reinos em
conflito. Ele, que era do Sul, foi enviado a profetizar no reino do Norte, onde
estava localizado o santuário de Betel. Ali, o profeta Amós denunciou
corajosamente a idolatria, o culto distante de Deus e as injustiças sociais.
Por isso, foi rejeitado por Amasias, sacerdote no santuário de Betel. ( Am 7,12
s)
O
chamado e o envio dos apóstolos acontecem por iniciativa de Jesus Cristo.
Deus chama, envia e sustenta na missão. Contudo, é muito importante
assumir juntos a missão, convivendo fraternalmente e trabalhando unidos. Eles
são enviados “dois a dois” (Mc 6, 7). No mandato missionário, Jesus envia os
discípulos dizendo “Ide”. Os discípulos missionários de Jesus Cristo são sempre
discípulos em comunhão, conforme enfatizou a Conferência de Aparecida. Os
apóstolos são enviados para pregar a conversão (Mc 6,12), que exige a acolhida
da Boa Nova de Jesus, com a mudança radical de mentalidade e de atitudes. Eles
prolongam a missão de Jesus de libertar e curar (Mc 6,13), realizando sinais
que manifestam a chegada do Reino. Para tanto, devem viver na simplicidade,
despojando-se dos bens materiais.
Somos
todos chamados à santidade! Na Carta aos Efésios, encontramos um belo hino de
louvor, difundido entre as primeiras comunidades cristãs, entoado pelo grande
missionário que foi São Paulo. Ele assim destaca a vocação universal à
santidade: “Em Cristo, Ele nos escolheu para que sejamos santos e
irrepreensíveis sob o seu olhar, no amor” (Ef 1,4). A santidade é dom de Deus e
somente pode ser vivida pela sua graça. É Jesus quem nos santifica; por Ele,
somos libertados e perdoados
(1,7).
A
vivência e o testemunho da fé em Cristo não se restringem à participação dentro
da Igreja. Devem ocorrer na vida cotidiana, nos diversos ambientes e campos da
vida social. É necessário contribuir para a construção do mundo novo
querido por Deus, no qual “a verdade e o amor se encontrarão, a justiça e a paz
se abraçarão”, conforme rezamos com o salmo responsorial (Sl 85,11).'
A
PALAVRA DO PASTOR
CHAMADOS
E ENVIADOS EM MISSÃO
Dom Sergio da Rocha
Arcebispo de Brasília – DF.
Em, 12 de julho de 2015
Ana Miranda Bessa
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