'O mês de outubro é tradicionalmente dedicado ao Santo
Rosário e às Missões. No Brasil, as Pontifícias Obras Missionárias, em
colaboração com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, e outros
organismos, realiza a Campanha Missionária, que neste ano reflete sobre o tema
“A vida é missão”, inspirando-se em Isaías 6,8: “Eis-me aqui, envia-me”. A
Igreja de Brasília acolhe a Campanha com o propósito de robustecer o seu ardor
missionário e, assim como o Papa Francisco disse aos católicos chineses, nós
também suplicamos “uma nova efusão do Espírito Santo, para que em vós possam
resplandecer a luz e a beleza do Evangelho, poder de Deus para a salvação de
quem acredita”.
A Igreja se reconhece na belíssima imagem da Vinha do Senhor apresentada pelo profeta Isaías (cf. LG 6). Este cântico nupcial mostra o amor e os cuidados do Senhor com a Sua vinha: “O que poderia eu ter feito a mais por minha vinha e não fiz?” (Is 5,4), embora num dado momento tenha dela se desencantado. Por isso o começo lírico se converte depois em anúncio de castigos. A casa de Israel deverá reconhecer a sua culpa para voltar a produzir “frutos de justiça e obras de bondade” (5,7). Do contrário, como veremos no Evangelho, o Senhor confiará a vinha a novos vinhateiros: o novo Israel. As vicissitudes históricas do povo da primeira Aliança se tornarão ocasião para a abertura universal do anúncio da salvação.
Na parábola dos vinhateiros homicidas (Mt 21,33-43), Jesus
se refere ao rechaço de Israel a seu Deus e à decisão divina de criar para Si
um novo povo. Começa com uma evocação implícita da profecia narrada na primeira
leitura (Is 5,1-7), dirigindo-se às classes dirigentes de Israel. Deus enviou
os profetas, que não recolheram os frutos por Ele desejados, e foram
maltratados ou mortos. Finalmente, Jesus se refere a Si mesmo: o divino
Vinhateiro enviou Seu Filho. Os profetas eram servos, Jesus é o Filho. Mateus,
que escreve para judeus, é o único a dizer que Deus entregará a vinha a um
outro povo, aludindo assim à Igreja, novo povo de Deus, que sofre perseguição
como o seu Senhor.
O Apóstolo Paulo, já preso por causa do Evangelho, dirige-se
aos filipenses, também imersos em adversidades. Ele exorta-os a depositar a
confiança no Senhor através da oração: “Irmãos, não vos inquieteis com coisa
alguma, mas apresentai as vossas necessidades a Deus, em orações e súplicas,
acompanhadas de ação de graças” (Fl 4,6). Se o Senhor, o Esposo, a verdadeira
Videira, do qual os filipenses são novos sarmentos, é perseguido, também os
ramos o serão. Portanto, é preciso confiar no Senhor, “ocupando-nos de tudo o
que é verdadeiro, respeitável, justo, puro…”, e o Deus da paz estará com a Sua
Vinha, com o Seu povo.
Com o Rosário, a oração dos simples, suplicamos neste mês a
graça de sermos sempre uma Igreja Missionária.'
PALAVRA DO
PASTOR
ARRENDARÁ
A VINHA A OUTROS VINHATEIROS…
Dom José Aparecido Gonçalves de Almeida
Bispo Auxiliar de Brasília – DF.
Em, 04 de outubro de
2020
Ana Pinto de Miranda Bessa
À serviço do Senhor!
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