20.6.19

LUCAS 9,11-17 - SOLENIDADE DO SANTÍSSIMO CORPO E SANGUE DE CRISTO






‘Esta Solenidade foi instituída, primeiramente, na Diocese de Liège – Bélgica, em 1246. O Papa Urbano IV – 1261-1264 estendeu-a à Igreja universal. É celebrada na quinta-feira após a Solenidade da Santíssima Trindade. Na celebração de Corpus Christi os fiéis rendem graças a Deus pelo inestimável dom da Eucaristia, na qual o próprio Senhor Jesus se dá a nós como alimento de Vida Eterna. A Eucaristia é fonte e centro de toda a vida cristã. Portanto, proclama-se, neste dia, a fé na presença real de Jesus Cristo nos Dons Eucarísticos: “O nosso Salvador instituiu na última Ceia, na noite em que foi entregue, o Sacrifício eucarístico do seu Corpo e do seu Sangue para perpetuar pelo decorrer dos séculos, até ele voltar, o Sacrifício da cruz, confiando à Igreja, sua esposa amada, o memorial da sua morte e ressurreição” – Sacrosanctum Concilium, n.47.                                                                                       



Caríssimos, nos ensinam os Presbíteros, que ‘Logo após a consagração do pão e do vinho na santa Missa, o celebrante diz: “Eis o mistério da fé”, e o povo responde: “Anunciamos, Senhor, a vossa morte e proclamamos a vossa ressurreição. Vinde, Senhor Jesus!”. Este mistério da fé que é a morte e ressurreição do Senhor se faz sacramentalmente presente na santíssima Eucaristia. Neste sentido, a própria Eucaristia pode ser descrita como “mistério da fé”. E, como tal, as leituras para a Missa da solenidade litúrgica consagrada à Eucaristia, a festa de Corpus Christi, devem ajudar-nos a experimentar a admiração e a adoração apropriadas para “tão sublime sacramento”.

A Igreja nos fornece o texto perfeito na primeira leitura, tirado do livro de Gênesis. Neste breve trecho, encontramos a figura verdadeiramente misteriosa de Melquisedec. Ele é rei e é sacerdote – não sacerdote de uma divindade pagã, mas “sacerdote de Deus Altíssimo” – Gn 14,18. Ele vai ao encontro de Abraão, que está saindo vitorioso de uma batalha na qual lutavam nove reis, e leva consigo pão e vinho. Sendo sacerdote de Deus Altíssimo, ele confere uma benção sobre Abraão em nome do supremo Deus, “Criador do céu e da terra” – v.19 e Abraão, por sua vez, dá-lhe em tributo “o dízimo de tudo” – v.20. Foi o autor da Carta aos Hebreus que descobriu na pessoa de Melquisedec uma das maiores prefigurações de Cristo. Ele é rei e sacerdote, uma antecipação digna de Cristo rei do universo e sacerdote da nova e eterna aliança.  O sacrifício que ele vem para oferecer não é a carne de bois ou cabritos, mas pão e vinho, os mesmos elementos que Cristo usará para tornar presente seu sacrifício de paz no altar da Missa. Ele se aproxima de Abraão, pai de todos os que creem, com a maior naturalidade e confiança, abençoando a Abraão, e mostrando-se maior do que Abraão, - sendo que o maior sempre abençoa o menor – Hb 7,7, assim como Cristo dirá aos judeus no Evangelho de João: “Antes que Abraão existisse, eu sou” – Jo 8,58.

Na primeira leitura, então, Cristo é ao mesmo tempo velado e revelado no personagem de Melquisedec. Na hóstia consagrada, levada em procissão hoje pelo celebrante e venerada pelo povo, Cristo também se esconde e se revela sob a espécie do pão transubstanciado. Vinde, adoremos!’

                MEDITANDO A PALAVRA DE DEUS
       SANTÍSSIMO CORPO E SANGUE DE CRISTO
                 Igreja em Oração – Ano V – Nº 54
       CNBB – Conferência Nacional dos Bispos do Brasil                                      Brasília – DF.

   Em, 20 de junho de 2019
Ana Pinto de Miranda Bessa



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