'A Liturgia da Palavra nos convida a atitude de vigilância, mostrando-nos o seu sentido e o que fazer para concretizá-la. Por que estar vigilantes? Por que estar “com os rins cingidos e as lâmpadas acesas” (Lc 12,38)? É preciso estar bem preparados para o encontro com o Senhor, a qualquer hora em que ele vier. Somos administradores dos seus bens. Ele espera que o administrador seja “fiel e prudente”. A expressão “rins cingidos” faz pensar em alguém preparado para uma viagem ou para a luta, sendo, portanto, sinal de prontidão e de vigilância. Todos nós recebemos de Deus bens para serem administrados com responsabilidade. A última frase do texto proclamado se dirige a todos, mas principalmente a quem mais recebeu. “A quem muito foi dado, muito será pedido; a quem muito foi confiado, muito mais será exigido” (Lc 12,48). Neste dia em que rezamos pelos pais, com especial afeto e gratidão, o Evangelho oferece ocasião privilegiada para os pais refletirem sobre como estão administrando a casa que o Senhor lhes confiou.
Contudo, a vigilância não pode ser confundida com o medo. Não é com o medo que nos preparamos para encontrar o Senhor, mas com a fidelidade e a confiança. “Não tenha medo, pequeno rebanho” (Lc 12,32) são as primeiras palavras de Jesus no texto proclamado. A confiança não deve ser colocada nos bens materiais. Ao contrário, Jesus propõe o despojamento e a busca do verdadeiro tesouro que se encontra em Deus. Por isso, trata-se da confiança que brota da fé. O servo vigilante não é medroso ou acomodado; é dedicado e responsável; vive da fé. A Carta aos Hebreus nos recorda de Abraão e Sara como modelos de fé, destacando a relação entre a fé e a esperança. No trecho proclamado, encontra-se uma das mais belas definições de fé: “é um modo de já possuir o que ainda se espera, a convicção acerca de realidades que não se veem” (Hb 11,1).
O livro da Sabedoria (Sab 18,6-9), ao recordar a noite do êxodo, nos faz pensar na importância da oração, referindo-se aos sacrifícios oferecidos a Deus, naquela ocasião. Ao mesmo tempo, nos motiva a viver a solidariedade “nos bens e nos perigos”, isto é, a caminhar juntos, como povo de Deus. A fé cresce e se fortalece pela oração e pela vida comunitária.
Estamos iniciando, hoje, a Semana da Família, tempo especial de oração, reflexão e evangelização. Como vai a sua família e o que você tem feito por ela? Procure valorizar a família, a começar da sua. Na família, juntamente com a mãe, o pai ocupa lugar de especial importância. Neste Dia dos Pais, rezemos agradecidos a Deus Pai, suplicando pelos pais que continuam a sua missão, assim como, pelos pais falecidos. Ao Pai nosso, confiamos nossos pais e famílias!'
PALAVRA DO PASTOR ADMINISTRADOR FIEL
Dom Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília - DF.
Cardeal Arcebispo de Brasília - DF.
Em, 11 de agosto de 2019
Ana Pinto de Miranda Bessa
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