'Para celebrar bem esta solenidade, é importante considerar atentamente a Palavra de Deus proclamada e o ensinamento da Igreja sobre a Assunção de Nossa Senhora. O Catecismo da Igreja Católica nos recorda que “a Assunção da Virgem Maria é uma participação singular na Ressurreição de seu Filho e uma antecipação da ressurreição dos outros cristãos” (n. 966). Na Primeira Carta aos Coríntios, São Paulo proclama que “Cristo Ressuscitou dos mortos como primícias dos que morreram” (1Cor 15,20), mencionando, a seguir, aqueles que “pertencem a Cristo”, como Maria, destinados a participar da sua vitória sobre a morte. A solenidade que celebramos decorre da nossa fé na ressurreição do Senhor e fortalece a nossa esperança de participar da vitória de Cristo, da qual Maria assunta ao céu participa de modo singular. Além disso, a Assunção de Nossa Senhora está relacionada essencialmente à sua Imaculada Conceição, como afirmou o Pio XII, em 1950, ao proclamar o dogma da Assunção: “A Imaculada Virgem Maria, preservada imune de toda mancha da culpa original, terminado o curso da vida terrena, foi assunta em corpo e alma à glória celeste”.
Ao celebrar esta solenidade, nós somos convidados a imitar Nossa Senhora, modelo de oração e de caridade, conforme o Evangelho (Lc 1,39-56). S. Lucas ressalta a disponibilidade e a generosidade de Maria em servir, ao mencionar que ela se dirigiu “apressadamente” à casa de Isabel e com ela permaneceu “três meses”. Para participar da glória de Cristo é preciso percorrer o caminho da doação generosa e do serviço humilde, sustentados pelo amor misericordioso de Deus.
Nos lábios de Isabel, encontramos parte da oração da Ave-Maria: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre!” (Lc 1,42). Dos lábios de Maria brota a belíssima oração de louvor conhecida como “Magnificat”, exaltando a misericórdia de Deus, que “se estende de geração em geração”, na sua vida e na vida de “todos os que o respeitam” (Lc 1,50). A Assunção de Maria expressa o cumprimento daquilo que ela mesma afirma: “o Todo-poderoso fez grandes coisas em meu favor”; ele “derrubou do trono os poderosos e elevou os humildes”. A humildade é condição para o serviço ao próximo e para a vivência da caridade em seus múltiplos aspectos.
Neste domingo do Mês Vocacional, concluímos a Semana da Família e nos recordamos, especialmente, da vocação à vida consagrada. Aos irmãos e irmãs na vida consagrada, a nossa profunda gratidão e as nossas preces, para que a exemplo de Maria Assunta ao céu, sejam testemunhas da esperança e da caridade de Cristo, especialmente entre os que mais sofrem.'
PALAVRA DO PASTOR
ELEVOU OS HUMILDES
Dom Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília - DF.
Em, 18 de agosto de 2019
Ana Pinto de Miranda Bessa
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