16.3.17
O RICO E O INDIGENTE LÁZARO - LUCAS 16,19-31 - REFLEXÃO DIÁRIA
O salmo 1, ‘opondo os dois caminhos’, celebra a Lei, dada aos homens para sua felicidade, conforme os salmos 19,8-15 e 119, ‘para que produzamos frutos de vida em benefício dos outros’; e sejamos merecedores, no juízo final, da misericórdia divina quando seremos acolhidos no Reino de Amor de nosso Deus e Pai!
Há tempos, meditando sobre o evangelho de hoje narrado por Lucas, guardei a reflexão de Dom José Freire Falcão, então Cardeal Arcebispo de Brasília-DF, sob o título ‘O mau uso da riqueza’, que compartilho aqui, com vocês:
‘Na parábola do mau rico e do pobre Lázaro Jesus adverte contra o mau uso da riqueza. O rico vivia no esbanjamento e na devassidão. E o pobre Lázaro na mendicância e no sofrimento. Somente os cães traziam-lhe um alívio ao lamberem as suas úlceras. Enquanto o rico se banqueteava com requinte (Lc 16,19) , o pobre alimentava o desejo de comer “o que caía da mesa do rico” (Lc 16,21).
Com a morte, o pobre Lázaro partilhou com Abraão do banquete messiânico, ao passo que o rico foi lançado num lugar de tormentos. Em seu desespero pede a Abraão que mande Lázaro socorrê-lo com um pouco de água. Mas, um abismo os separa. Aqueles que quiserem passar daqui para junto de vós não o podem, nem tampouco atravessarem os de lá até nós (Lc 16,26). Porque a morte é um momento de decisão definitiva. Depois de lá não há possibilidade de uma volta atrás. A morte define o destino de cada um, bom ou mal, para sempre.
É, no entanto, possível voltar-se para Deus no último instante da vida. E porque é incomensurável a misericórdia divina, o Pai está sempre aberto a acolher um coração arrependido, mesmo no desfecho de uma vida inteiramente afastada dele. Contudo, não deixa de ser difícil mudar a direção de uma vida, toda ela direcionada para a posse doentia dos bens terrenos com o esquecimento de Deus e dos irmãos.
Em sua solidão e desespero, o rico suplica que Lázaro seja enviado à sua casa e advirta seus irmãos, para que não venham eles também a este lugar de tormento (Lc 16,27). Mas, quem tem o coração excessivamente apegado aos bens terrenos e aos prazeres deste mundo não é capaz de ouvir e acolher o convite à conversão. Mesmo que alguém ressuscite dos mortos, não se converterão (Lc 16,31), diz Jesus.
No passado, Deus enviou Moisés e os Profetas, mas nem todos ouviram sua voz e se converteram. No presente, Deus envia seus grandes servidores a esta terra, mas muitos permanecem surdos à sua voz. Porque suas mentes e seus corações estão fixados no mal. Em nossos dias, Deus tem multiplicado os sinais de sua presença misericordiosa no mundo. Assim, em grandes santuários marianos. Mas, mesmo assim, há os que persistem em suas opções terrenas e recusam enxergar nesses sinais a mão de Deus.
Os bens materiais são indispensáveis ao crescimento humano e, até mesmo, religioso, quando usados com sobriedade e sem apego. Mas, se eles se tornam fim último da vida, terminam por destruir-nos espiritualmente.' Dom Falcão.
Pai Santo, Deus Eterno e Todo Poderoso em Cristo Jesus, 'que perscruta os corações e prova os sentimentos e que dá a cada um conforme o seu proceder e conforme o fruto de suas obras' - Jer 17,5-10, graças Senhor pelos nossos pais que pautaram as suas vidas no caminho da vossa Lei, estendendo-o até a nós e assim nos abrimos para vos escutar e nos deixar conduzir , graças Pai! Glórias e louvores a vós, Senhor!
Pai Santo, abençoa-nos com a vossa luz e graça e na unção de vosso Espírito Santo, ajuda-nos Senhor a apreciarmos os bens temporais, mas sem perder de vista os bens eternos! Ajuda-nos Pai a amarmos os pobres e a praticarmos a solidariedade e a partilha para com os mais necessitados... 'Ensina-nos Pai, o caminho da vida, cheio de alegrias em vossa presença e de delícias à vossa direita, perpetuamente' - Sl 16,11'. Amém!
Santa Maria, Mãe de Jesus e nossa, rogai a Deus por nós pecadores, agora, e na hora da nossa morte, amém!
Brasília-DF., 16 de março de 2017
Ana Miranda Bessa
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