3.5.15
A VIDEIRA E OS RAMOS - JOÃO 15,1-8 - REFLEXÃO DO PASTOR
'Estamos concluindo, neste ano, a celebração do Jubileu de Ouro do Concílio Vaticano II. Um dos seus principais documentos, a Constituição Dogmática sobre a Igreja, se refere a passagem do Evangelho hoje proclamado
(Jo 15,1-8), para falar da natureza da Igreja, recorrendo à figura da videira e dos seus ramos. Essa bela imagem bíblica põe em relevo a comunhão que nos une na videira.
Na verdade, Jesus é a videira! Nós somos os ramos! A unidade dos ramos na videira é condição para produzir frutos. É preciso permanecer unidos a Cristo, dele recebendo a vida. É preciso permanecer unidos aos outros ramos, pois o ramo isolado seca, ao invés de dar fruto.
O testemunho de comunhão é fundamental para que o mundo creia, isto é, para que a evangelização possa levar as pessoas a crer em Cristo. A comunhão é dom, é graça de Deus. Por isso, nas missas, nós sempre suplicamos ao Pai pela unidade da Igreja.
Ao mesmo tempo, a acolhida do dom da unidade exige compromisso de permanecer na comunhão com Cristo e com a Igreja. Por isso, é tão importante a comunhão eucarística, assim como o esforço permanente para superar as divisões e tornar cada vez mais visível a unidade dos ramos na videira.
Uma das principais expressões de unidade da Igreja no Brasil é a acolhida das "Diretrizes" para a ação evangelizadora, aprovadas recentemente na Assembleia Geral do episcopado brasileiro.
Elas nos propõem cinco grandes propostas pastorais:
1) Igreja em estado permanente de missão;
2) Igreja, casa da iniciação à vida cristã;
3) Igreja, lugar de animação bíblica da vida e da pastoral;
4) Igreja: comunidade de comunidades;
5) Igreja a serviço da vida plena para todos.
As nossas paróquias, pastorais e movimentos, necessitam acolher essas Diretrizes, com a disposição sincera de caminhar juntos, unidos à videira, que é Cristo, e à sua Igreja.
Iluminados pelo evangelho, somos convidados ainda a refletir sobre como cada um de nós está vivendo a comunhão no dia a dia, a começar da vida em família, que deveria ser o primeiro espaço de vivência da unidade, que brota do amor e da fé em Cristo.
É preciso superar ressentimentos e antipatias; dialogar e perdoar; ajudar os que erram; tomar a iniciativa de amar e servir, como Cristo, por causa, e nele confiando. Assim fazendo, amamos o próximo "não só com palavras e de boca, mas com ações e de verdade" (1Jo 3,18).
A experiência da videira e dos ramos se prolongará, deste modo, na vida familiar e em outros ambientes em que vivemos.
Hoje, nós recordamos, com ação de graças a Deus, a Primeira Missa celebrada em Brasília, aos 03 de maio de 1957. A fé em Cristo seja alicerce e luz na construção de nossa cidade!'
A PALAVRA DO PASTOR
A VIDEIRA E OS RAMOS
Dom Sergio da Rocha
Arcebispo de Brasília - DF
Em, 03 de maio de 2015
Ana Miranda Bessa
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