28.2.16

OS GALILEUS E A TORRE DE SILOÉ. A FIGUEIRA ESTÉRIL - LUCAS 13,1-9: 'À ESPERA DOS FRUTOS' - REFLEXÃO DO PASTOR












'O Evangelho (Lc 13,1-9) ressalta a misericórdia de Deus e, ao mesmo tempo, a urgência da conversão. A parábola da figueira, em Lucas, põe em relevo a misericórdia e a paciência daquele que havia plantado, pois, ao invés de cortá-la por não dar frutos, permanecia à espera da colheita. Contudo, não se trata de uma espera passiva. Era preciso “cavar em volta dela e colocar adubo”. O senhor misericordioso da vinha, onde estava plantada a figueira, é figura do próprio Deus, conforme rezamos hoje, no Salmo de meditação: “O Senhor é bondoso e compassivo!” (Sl 102).

A imagem da figueira pode ser aplicada a cada um de nós. Deus, que nos criou e nos cultivou com tanto amor, está à espera paciente de bons frutos. Para tanto, é preciso agir, cuidando melhor do terreno onde estamos plantados e de nossas raízes. Conforme o espírito quaresmal, o “adubo” que nos torna capazes de produzir frutos pode ser resumido nas atitudes de oração, penitência e caridade. Além disso, é preciso discernir qual é o terreno onde estamos plantados, isto é, em quais ambientes estamos vivendo ou frequentando. Infelizmente, há ambientes que nada tem a ver com a “vinha” do Senhor, isto é, dificultam ou impedem o cristão de dar os frutos esperados por Deus. A figueira estava plantada na vinha do Senhor e não em qualquer lugar. A vinha é imagem bíblica do povo de Deus. Na Igreja, novo Povo de Deus, encontramos o terreno e os meios que nos ajudam a crescer e a frutificar. Além disso, o “adubo”, a que se refere o Evangelho, nos faz pensar sobre aquilo que tem nos alimentado, espiritualmente, no dia a dia. O adubo serve para fortalecer e tornar fértil. Na vida cristã, a oração, a penitência, a Palavra de Deus e a Eucaristia, dentre outros meios, nos tornam espiritualmente fecundos, capazes de produzir bons frutos.
                                       

                         
Ao mesmo tempo, o Evangelho se refere à urgência da conversão, diante do comentário das pessoas sobre dois trágicos episódios: os galileus que haviam sido mortos e as vítimas da queda da torre de Siloé. Muitos cometiam o erro de condenar as vítimas daquelas tragédias, considerando-as pecadoras e julgando-se superiores aos outros. A resposta de Jesus exige a conversão de todos para terem a vida. A conversão nos leva a caminhar na vida. A recusa de converter-se, permanecendo no pecado, conduz à morte. Embora haja situações de pecado que provocam a morte física, o Evangelho faz pensar na morte em sentido espiritual. Jesus veio para que todos tenham vida e a tenham plenamente. Quaresma é tempo especial de conversão, que implica na superação do pecado e na experiência da vida nova, em Cristo. A vigilância sobre os frutos que estamos produzindo é para todos: “Quem julga estar de pé, tome cuidado para não cair!” (1Cor 10,12).'

    A PALAVRA DO PASTOR
          À ESPERA DOS FRUTOS
             Dom Sergio da Rocha 
           Arcebispo de Brasília-DF.

Em, 28 de fevereiro de 2016
     Ana Miranda Bessa


                   

Nenhum comentário:

Postar um comentário