12.1.15

COITÉ - Capítulo XV



                                                      Capítulo XV

                                         O TESOURO DO DAMIÃO


Damião levantou-se do banco em frente à  sua casinha e conduziu pelas mãos a Creuzantina para dentro de casa, fechou a porta, acendeu a lamparina, pois já começara a escurecer e parando perto da cama deles, aquela cama de pau roliço e colchão de capim seco e palha de milho e falou para a Creusantina:

Você notou alguma coisa diferente na nossa cama? Você notou que ela tem seis pés? Pois é, além de reforçar a nossa cama, para evitar ela venha para baixo, pois ela e frágil feita com  estes paus roliços, o pé do meio  na cabeceira da cama, tem duas funções. Ajudar a manter a cama segura e guardar o nosso tesouro. Quer ver?









Creusantina: Quero sim. Estou curiosa. Mas quem inventou este negócio de guardar e esconder moedas de ouro dentro de um pau oco e ainda por cima como pé de cama?

Damião; Acho que foi meu pai mesmo. Mas minha mãe também sabia desse segredo que me foi revelado assim que eu tornei-me adulto. As minhas irmãs quando casaram receberam uma parte dessa economia, mas não sabiam onde estava escondida.                   

Achavam que era em algum pote enterrado em algum lugar. Prevenção do meu pai, pois quando as moças se casam, passam a pensar a favor do marido. Não é assim mesmo ? (com um sorriso maroto e um olhar brincalhão)

Creuzantina: É sim, é sim, é sim! (Beijou o Damião). Mas vamos lá. Mostra logo esse pau oco. Vamos ver esse novo sonho que caiu em minha  vida !

Damião atendendo  o pedido da Creusantina, levantou a cama na cabeceira e com facilidade  puxou o tal do pé da cama, oco, e retirou de dentro do mesmo uma pequena sacola e imediatamente esparramou sobre a cama as moedas de ouro da época do Império.

Creuzantina ficou admirada pelo que via .Resolveu pega-las e examina-las, pois nunca tinha visto nada igual. Resolveu conta-las e achou o número de 78 moedas. Damião não tinha noção do valor exato daquela pequena fortuna resultado de muito esforço e suor de seu avô e seu pai.

Após alguns minutos de silêncio, ambos saíram daquele estado de admiração e caíram na realidade!

Damião; Creusantina, acorda mulher! Vamos guardar novamente o que estamos vendo, pois ainda tenho que cuidar da criação que está esperando agua e a porção de milho diária. .Além do mais, amanhã, logo cedinho temos que sacrificar aquela cabra velha pra entregar ao Leontino conforme nosso compromisso.

Creusantina: Vamos sim, vamos sim. Eu vou ajudar você nesta labuta. Agora e amanhã cedinho. Vamos?      

Assim unindo as palavras a ação e após devolver o pau oco  com as moedas à função de sustentação da cama, ambos saíram para cumprir o ritual do fim do dia, isto é cuidar da criação e após se recolherem para mais uma noite tranquila sobre a guarda de Deus e de seus dois dedicados e atentos vira-latas:Valente e Vale

Brasília -DF, 12 de janeiro de 2015

Djalmir Bessa





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