15.1.15

COITÉ- Capítulo XVI


                                                        

              LEONTINO  APARECE  DE  SURPRESA  PARA  DAMIIÃO


Era de madrugada. O sol já anunciava o dia. A alegria ruidosa da natureza confirmava que mais um dia iria se iniciar. Damião já estava de pé e abrira a porta da sua casinha. Aspirou profundamente o ar fresco e sentiu-se pronto para a labuta do dia                                                                  

Retornou para dentro de casa, acendeu o fogão a lenha e preparou os bijus da refeição matinal. Saindo, puxou do poço varias latas d’agua, tirou leite das cabras o suficiente para alimenta-los.                                                                                                                               
 Em seguida deixou que os cabritinhos se juntassem às mães cabras para que eles se  alimentassem. As galinhas d’angola jã estavam se cuidando e somente se ouvia o seu canto característico: tofraco, tofraco, tofraco...

Valente e Vale, seus dois vira-latas, receberam seu pedaço de cabrito assado e um pedaço de osso da costela.

Soltou as cabras e os muares para pastarem. Menos a cabra velha, aquela que estava destinada para o abate. Pois esta já não era mais sua, mas do Leontino, no negócio que fizera com o mesmo, no dia anterior.


Entrou em casa, novamente, com as canecas com o leite de cabra e foi acordar a sua amada Creusantina. Deu uma vontade de chama-la de Creuzinha ou Tininha. Optou pelo último e falou:

Acorda Tininha, querida minha. Está amanhecendo e o nosso biju já está pronto e o leite de cabra já foi puxado. Está aqui na caneca para o amor de minha vida!

Creuzantina: Bocejou e espreguiçou ao mesmo tempo. Sorriu feliz com a maneira carinhosa de Damião de chama-la: Tininha. Oh vida boa que ela estava tendo!         

Neste momento lembrou do compromisso de ajudar o Damião a abater a cabra velha destinada ao Leontino. Levantou rápida, lavou o rosto, escovou os dentes e veio sentar-se à mesa tosca junto ao Damião. Antes porem um beijo apaixonado.

Creuzantina: Oh querido e amado Damião. Deus nos abençoe., pois estou muito feliz com a nossa vida. Peço à Deus que a nossa felicidade dure para sempre! Sim, agora vamos à refeição e em seguida para o sacrifício da nossa cabra. Se você faz isso com dor no coração eu também.....

Uma hora após, vamos encontrar Damião e Creuzantina   com os afiados facões a separar as duas bandas da cabra abatida e dependurada pelas pernas traseiras.

Neste momento Vale e Valente começam a latir e a rosnar. Ao mesmo tempo o casal escuta  tropel de burros  aproximando-se de sua casa. Preparam-se para não serem pegos de surpresa por algum bandido, segurando firmemente o facão afiado. Não dava tempo de irem pegar as suas garruchas dentro de casa.

Antes que o tropel dos burros aumentasse, alguém gritou:

Oi de casa ! é o Leontino...Dia, Damião e Creusantina...

É muito comum, no interior , se cumprimentarem abandonando o Bom do Dia, o Boa da Tarde e o Boa da Noite . Ficando assim: Dia....Tarde...Noite.

Damião; Dia, Sêo Leontino. Vamos chegar e apear .Chegou na hora de levar a sua cabra, que já está abatida  e limpa, pronta para assar! Aqui temos para os amigos leite de cabra puxado na hora e uns bijus muito bem feito!

Assim apareceu do meio do serrado, três burros, sendo o primeiro montado pelo Leontino, seguido de perto pelo seu filho adotivo e sócio, o Braga  puxando o terceiro burro com uma cangalha com as duas bolsas de couro.

Leontino e seu companheiro apearam dos seu burros. Amarraram suas montarias debaixo de um pé de coité e Leontino falou para o casal:

Pois é , Damião e Creuzantina , estou passando aqui na propriedade de vocês  com o objetivo de ter uma conversa com o casal e apanhar a minha cabra, que já vejo que está abatida e sendo moqueada. Portanto vamos conversar...

Brasilia-Df, 15 de janeiro de 2015

Djalmir Bessa




                   





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