'Continuamos a celebrar e a viver a Páscoa da Ressurreição de Jesus. Os discípulos fazem a experiência do encontro com o Ressuscitado de vários modos: no caminho, na Palavra anunciada, no Pão partilhado e na comunidade reunida em oração, assim como na pesca milagrosa e na ceia que a sucede (Jo 21,1-19). A missão, simbolizada pela pesca, é lugar do encontro com Cristo. Esta passagem nos leva a reconhecer a presença de Jesus na vida cotidiana, enquanto trabalhamos e quando cumprimos a missão de fazer discípulos através do anúncio a Boa Nova. Ao enviar os seus discípulos em missão, Jesus promete estar sempre com eles até o fim. Ele cumpre a sua Palavra, revelando-se em meio aos desafios da missão, conforme nos sugere o texto meditado. Na liturgia e na vida do dia a dia, somos convidados a reconhecer que ele está no meio de nós, como fez o discípulo amado, ao dizer: “É o Senhor!” (Jo 21,7).
A cena do banquete se assemelha àquela de Emaús (Lc 34,34), momento privilegiado para os discípulos reconhecerem a presença do Senhor. A refeição é preparada pelo próprio Jesus; o pão e o peixe são distribuídos por ele (Jo 21,12-13), sendo, portanto, dom ofertado, graça recebida. Por fim, o diálogo entre Jesus e Pedro evoca a tríplice negação ocorrida durante a Paixão. Diante do amor demonstrado por Simão Pedro, Jesus lhe confia o cuidado das suas ovelhas. Ao prolongar a missão do Bom Pastor, Pedro irá assemelhar-se a ele, através da doação da própria vida, conforme indica a conclusão do diálogo (Jo 21, 19). Simão Pedro se torna também a figura exemplar do discípulo, cuja característica fundamental é o amor até a doação total. Ele estava respondendo novamente ao “segue-me” pronunciado por Jesus no início do seu discipulado. O verdadeiro discípulo não vive apenas para si, mas pensa no próximo, ao qual deve amar e servir, inclusive por meio de renúncias e sacrifícios.
Com o Apocalipse (Ap 5,11-14), nós proclamamos a vitória de Cristo, o Cordeiro imolado e ressuscitado. Diante dele, somos convidados a manifestar “o louvor e a honra, a glória e poder para sempre” (Ap 5,13). Seja o nosso louvor pascal manifestado com os lábios, o coração e a vida. Seja o louvor pascal acompanhado da busca da paz, jamais cedendo à tentação da agressividade em palavras ou atos. A busca da justiça que conduz à paz não se faz através da violência. Pessoas com diferentes posturas, especialmente nos campos da política ou da religião, nunca devem ser tratadas como inimigas, mas sim com o devido respeito, seja em casa, nas redes sociais ou nas ruas. Neste Ano da Misericórdia, redobremos o empenho na promoção da paz!
Continuemos a rezar pela Assembleia Geral dos Bispos do Brasil, que está acontecendo em Aparecida – SP, a ser concluída na próxima sexta feira, 15 de abril.'
PALAVRA DO PASTOR
É O SENHOR!
Dom Sergio da Rocha
Arcebispo de Brasília - DF.
Em,10 de abril de 2016
Ana Miranda Bessa
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