‘O nosso louvor pascal deve ser acompanhado da vivência do “novo mandamento”, o mandamento do amor, dado por Jesus. Na morte de Cristo na cruz temos a prova maior do seu amor por nós, conforme cantamos tantas vezes, “prova de amor maior não há que doar a vida pelo irmão”. Na sua ressurreição, o amor venceu! Devemos glorificar a Deus pelo testemunho do amor ao próximo, que é condição para ser reconhecido como discípulo de Cristo, segundo a sua própria palavra: “nisto todos reconhecerão que sois meus discípulos, se tiverdes amor uns aos outros” (Jo 13,35). Com tantas maneiras diferentes de se entender o amor, no mundo de hoje, é necessário recordar o critério ou a medida do amor na vida cristã: amar como Jesus amou. Para tanto, basta recordar o momento vivido por Jesus e os discípulos, ao deixar o mandamento novo: a última ceia, com a eucaristia e o gesto do lava-pés, na véspera de sua paixão e morte na cruz. Embora toda a vida de Jesus manifeste o seu amor e o modo como devemos amar, a última ceia e a cruz expressam isso, de modo especial, na doação da própria vida e no serviço humilde e generoso. O amor se manifesta, acima de tudo, por gestos de doação e serviço, por meio de renuncias e sacrifícios.
A vivência do mandamento do amor deve começar na própria casa, na própria família, assim como na casa e na família que deve ser a comunidade dos discípulos de Cristo, a Igreja. É importante recordar-se que Jesus estava falando diretamente aos seus discípulos. O “amai-vos uns aos outros” deve ser vivido, antes de tudo, na comunidade, entre os que creem em Cristo. Neste Ano da Misericórdia, somos chamados , de modo especial, ao perdão e à reconciliação. A comunidade, assim como a casa de cada um de nós deve ser o primeiro espaço de vivência do amor, através do perdão e da reconciliação. O mundo necessita de pessoas e famílias reconciliadas, de comunidades que promovam o perdão e a reconciliação. Para viver o novo mandamento, assim como fizeram as primeiras comunidades cristãs, segundo os Atos dos Apóstolos (At 14,21-27), somos chamados a “permanecer firmes na fé”, com “orações e jejuns”, anunciando a Palavra de Deus, abrindo a todos a “porta da fé” e da misericórdia.
O amor a ser vivido pelos discípulos de Cristo não se reduz ao âmbito da comunidade cristã, mas deve ser testemunhado fora dela, nos diferentes ambientes e situações da sociedade. Sejamos reconhecidos como discípulos de Cristo, procurando sempre promover a reconciliação e a paz entre as pessoas. Respeitar quem pensa diferente, ao invés de agredir, é sinal do amor que conduz à paz. Dialogar, ao invés de brigar, procurando escutar e aprender com o outro, nos faz crescer no amor que conduz à vida.’
PALAVRA DO PASTOR
AMAR COMO JESUS AMOU!
Dom Sergio da Rocha
Arcebispo de Brasília-DF.
Em, 24 de abril de 2016
Ana Miranda Bessa
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