‘O Evangelho, hoje proclamado, dá sequência ao episódio apresentado na liturgia do último domingo, narrado por S. Lucas. Jesus foi a Nazaré, entrou na sinagoga e foi convidado a ler e a comentar um trecho do Profeta Isaías (Is 61,1-2). Ele assim o fez, aplicando a si próprio a passagem anunciada. O trecho de hoje relata a reação dos habitantes de Nazaré diante das palavras de Jesus. Num primeiro momento, eles ficam admirados. Contudo, a admiração inicial, demonstrada pelos seus conterrâneos, logo se desfaz. Eles o conheciam há muito tempo; sabiam da sua origem humilde, chamando-o de “filho de José”, o carpinteiro.
A reação de desprezo se completa com a dura rejeição a Jesus: “levantaram-se e o expulsaram da cidade”; pretendendo até “lança-lo no precipício”. O que aconteceu para que “todos” na sinagoga ficassem tão “furiosos”? Jesus se referiu corajosamente à rejeição sofrida pelos profetas na própria terra e recordou a manifestação da misericórdia de Deus e a acolhida da salvação entre os que não pertenciam ao povo eleito, nos tempos de Elias e Eliseu: a viúva de Sarepta e o leproso Naamã, que era sírio. Assim sendo, essa passagem do Evangelho não fala apenas da recusa sofrida por Jesus e pelos profetas da parte dos seus conterrâneos. Ela fala, sobretudo, da misericórdia de Deus oferecida a todos os que creem e acolhem a sua Palavra, sejam membros do povo eleito, sejam de outros povos. O alcance universal da salvação, testemunhado na alusão a Elias e Eliseu, manifesta-se plenamente em Jesus Cristo.
Em meio a perseguições, o profeta sabe que pode contar com a presença de Deus que o sustenta e anima na missão, como testemunha Jeremias (I Leitura). “Não tenhas medo”, “eu estou contigo para defender-te” (Jr 1,19), fala o Senhor aos que ele envia em missão. A firmeza e a fidelidade que Deus espera dos profetas encontram a sua realização ideal em Jesus Cristo. Nesta perspectiva, S. Lucas ressalta que “Jesus, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho”. Nada impede Jesus de caminhar fielmente para Jerusalém, onde consumará a sua missão através da morte na cruz.
A Liturgia de hoje nos recorda o verdadeiro sentido do amor cristão, a caridade, conforme nos descreve São Paulo (II Leitura). O belíssimo hino à caridade nos mostra como viver o mandamento do amor, especialmente, na comunidade. Neste Ano Santo da Misericórdia, somos convidados a testemunhar a fé através da caridade, sendo “misericordiosos como o Pai”. Aproveitemos este tempo especial de misericórdia e graça de Deus para refletir sobre como estamos vivendo a caridade para com o próximo, principalmente a misericórdia com os que erram e necessitam de perdão e de ajuda fraterna.’
A PALAVRA DO PASTOR
O PROFETA REJEITADO
Dom Sergio da Rocha
Arcebispo de Brasília-DF.
Em meio a perseguições, o profeta sabe que pode contar com a presença de Deus que o sustenta e anima na missão, como testemunha Jeremias (I Leitura). “Não tenhas medo”, “eu estou contigo para defender-te” (Jr 1,19), fala o Senhor aos que ele envia em missão. A firmeza e a fidelidade que Deus espera dos profetas encontram a sua realização ideal em Jesus Cristo. Nesta perspectiva, S. Lucas ressalta que “Jesus, passando pelo meio deles, continuou o seu caminho”. Nada impede Jesus de caminhar fielmente para Jerusalém, onde consumará a sua missão através da morte na cruz.
A Liturgia de hoje nos recorda o verdadeiro sentido do amor cristão, a caridade, conforme nos descreve São Paulo (II Leitura). O belíssimo hino à caridade nos mostra como viver o mandamento do amor, especialmente, na comunidade. Neste Ano Santo da Misericórdia, somos convidados a testemunhar a fé através da caridade, sendo “misericordiosos como o Pai”. Aproveitemos este tempo especial de misericórdia e graça de Deus para refletir sobre como estamos vivendo a caridade para com o próximo, principalmente a misericórdia com os que erram e necessitam de perdão e de ajuda fraterna.’
A PALAVRA DO PASTOR
O PROFETA REJEITADO
Dom Sergio da Rocha
Arcebispo de Brasília-DF.
Em, 31 de janeiro de 2016
Ana Miranda Bessa
Ana Miranda Bessa
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